ASSINARAM E DEIXARAM OS RASTROS

Força tarefa da Topique explica fase da operação (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

Os agentes públicos alvos da segunda fase da operação Topique nesta quarta-feira (25) assinaram documentos e deixaram rastros para os membros da força tarefa da operação. Durante entrevista coletiva na Superintendência da Polícia Federal no final da manhã, os delegados disseram que nessa fase a investigação centrou em quem praticou atos de ofício para facilitar a atuação da organização criminosa no transporte escolar.

"Especificamente para estes inquéritos nós nos baseamos em atos de ofício. Ou seja, as pessoas que são investigadas assinaram documentos ou autorizaram algum evento. Agimos assim para que não surja a hipótese de que nós trabalhamos com meras possibilidades de conhecimento. Nós nos detivemos a atos de ofício”, disse a delegada Milena Caland.

Além dos delegados da PF, também participaram da coletiva de imprensa dois procuradores da República que atuam na força tarefa. Na entrevista, eles informaram que os endereços alvos de busca e apreensão nesta quarta-feira têm ligação com os investigados ou são seus atuais locais de trabalho, como foi o caso da Secretaria de Infraestrutura e do Palácio de Karnak.

Na Seinfra, o alvo foi a ex-assessora da Secretaria de Educação Pauliana Ribeiro de Amorim, prima da deputada federal e ex-secretária de Educação Rejane Dias (PT). Pauliana atualmente possui cargo comissionado na Seinfra. Já o motivo da busca no Karnak foi porque lá está lotado o tenente-coronel Ronald Moura, ex-diretor administrativo da Secretaria de Educação e atualmente diretor de gestão aeroportuária no Gabinete Militar do Palácio de Karnak.

Delegados detalham ação do esquema criminoso (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

Ainda segundo a PF, o fato de alguns deles terem sido mudados de função e de secretaria após a deflagração da Topique em agosto de 2018 aponta que houve tentativa de se esquivar das investigações. Conforme a Força Tarefa, os agentes públicos com cargo de destaque na Seduc receberam propina para facilitar a esquema de licitações fraudulentas no transporte escolar, inclusive com aquisição de veículos, apartamentos, casas e dinheiro em espécie.

“Servidores públicos nomeados a partir de 2015 para cargos comissionados com alto poder de decisão na Secretaria de Educação do Piauí receberam vantagens indevidas, casas, veículos, apartamentos e valores em espécie de empresários contratados pela própria Secretaria de Educação para prestação de serviço de transporte escolar”, narrou o delegado Albert Paulo.

Procuradores e delegados informaram que a quantidade de investigados aumentou em relação à primeira fase da operação em 2018. Nessa segunda fase, a Justiça Federal só deferiu os pedidos de busca e apreensão. Questionada sobre pedidos de prisão, a delegada Milena Caland disse que a Força Tarefa não comenta os pedidos indeferidos.

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