“TCE JÁ PASSOU PELA DITADURA”, DIZ OLAVO REBELO

Presidente do TCE demonstra insatisfação (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

A decisão do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ) de barrar o trabalho do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a licitação da subconcessão da Agespisa não foi digerida pelos conselheiros. O presidente Olavo Rebelo é um dos que demonstram o incômodo pela desconsideração com a atividade da Corte de contas. Em tom de indireta, ele disse que o TCE já superou até mesmo o período da ditadura.

“Essa iniciativa do Executivo [de entrar com pedido de liminar no TJ] cabe a ele explicar. O TCE é um órgão que tem 117 anos de existência, já passou por ditaduras e outras anormalidades, mas sempre soube, à luz da lei, tomar seus encaminhamentos necessários em situações como essa. O tribunal tem os meios recursais de se defender e defender a sociedade piauiense”, falou.

Olavo foi notificado na tarde da quarta-feira (23) e vai acatar a decisão do Tribunal de Justiça do Piauí, mas deve entrar com ação judicial para tentar reverter a situação. Alguns conselheiros defendem que o TCE se imponha diante da atitude do governo do Estado de barrar o trabalho da Corte. Abelardo Vilanova e Luciano Nunes dizem que o TCE teve sua função cerceada. O plenário vai decidir sobre a resposta na Justiça.

Trabalho do TCE foi anulado pelo TJ-PI (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Na liminar do TJ, o desembargador Sebastião Ribeiro Martins disse que “a atividade do poder judiciário se sobrepõe aos tribunais de contas, que são meros órgãos auxiliares do Poder Legislativo”. O TCE decidiria a questão da licitação da Agespisa nesta quinta-feira (23) com o voto conselheiro Luciano Nunes, que havia pedido vista no último dia 9. A decisão parcial não agradava o governo, que optou por acionar o TJ.

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