CIRO NOGUEIRA PROCURA ESPAÇO PARA 2023

Com a vitória de Lula (PT) para presidência do Brasil é natural que os políticos dos partidos considerados do Centrão migrem para o lado que vai estar no poder, a partir de 2023. Um dos mais importantes dessas siglas é o Progressistas, que há vários anos é comandado pelo senador e ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Porém, nos bastidores da política, o que se comenta é que o piauiense deverá perder forças na sigla com a derrota do governo Bolsonaro e por ter sua imagem diretamente ligada ao futuro ex-presidente Bolsonaro, ficará difícil uma aproximação direta com o governo do petista.

Para Ciro Nogueira não será novidade migrar para o partido que estiver que estiver com o Planalto (foto: internet)

Membro do Centrão, partido que esteve presente em todos os governos desde a República, não será difícil de ver o Progressistas, novamente, se relacionando com o futuro governo petista. O próprio Ciro Nogueira, desde que chegou a Brasília como deputado Federal em 1995 pelo PFL, que faz parte dos governos, começando com Fernando Henrique (PSDB), depois dos dois governos Lula (2003 a 2010), Dilma Rousseff do PT (2011-2016), Michel Temer do MDB (2016-2018) e, por último, Bolsonaro (2019-2022).

Por outro lado, a imagem de Nogueira está muito atrelado ao Governo Bolsonaro e sua volta ao Clã petista pode ser bem amarga e mal vista pela própria base e os petistas, que tem em Ciro um dos principais responsáveis pelo alinhamento da Câmara e senado no Impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

Lula visitou nesta sexta-feira (11/11) o presidente da Câmara, Artur Lira (PP) (foto: redes sociais Lula)

Ao fim deste governo Bolsonaro, o atual presidente deu a Ciro Nogueira a missão de comandar a transição de governo para a equipe de Lula, tendo o ministro já aproveitado o momento para baixar o tom das críticas que fazia ao petista antes da eleição. Com o jogo mudado, caberá agora a Ciro disputar dentro da sua própria sigla, o controle da situação, para continuar dando as cartas, tendo que tomar cuidado com outros Progressistas como o presidente da Câmara, deputado Federal Arthur Lira, que ganhou força na sigla e, também, com o deputado federal eleito pela Paraíba, Aguinaldo Ribeiro (PP).

Aguinaldo é ex-ministro das Cidades de Dilma Rousseff e tem uma boa relação com a esquerda. Tendo sido um dos principais influenciadores da eleição do governador reeleito da Paraíba, João Azevedo (PSB), junto com o apoio do então candidato a presidente Lula (PT). O governador teve como candidata a vice-governador o advogado Lucas Ribeiro (PP), sobrinho de Aguinaldo e filho da senadora Daniella Ribeiro (PSD), irmã de Aguinaldo. Para completar, o crescimento do deputado Federal dentro do Progressistas, já está sendo trabalhado o nome da senadora Daniella como vice na disputa de Rodrigo Pacheco a reeleição na presidência ao Senado.

Família de Aguinaldo Ribeiro mostrou força nas eleições de 2022 na Paraíba e com o apoio de Lula (foto: PB Agora)

Com esse rol de vitórias, o caminho de Aguinaldo Ribeiro pode ficar muito mais florido na busca por um entendimento com o novo governo petista que vai se instalar no Planalto. Já Ciro Nogueira, apesar de todo o holofote político dos últimos anos, saí da eleição amargando derrotas, não só a do presidente Bolsonaro, mas também a do seu candidato ao governo do Piauí, Sílvio Mendes (União Brasil) que perdeu em 1º turno para o candidato Rafael Fonteles (PT), apoiado pelo seu rival, o ex-governador Wellington Dias (PT). Na chapa de Sílvio, a candidata a vice-governadora foi a ex-esposa de Ciro, Iracema Portella (PP).

Mais uma derrota amargada pelo Clã de Ciro foi contra o próprio Wellington Dias que se candidatou ao Senado e venceu o candidato do Progressistas do Piauí, Joel Rodrigues, apesar de ter sido por uma diferença pequena de votos.

 

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