Um nega e o outro admite. Essa é a realidade quando se fala na presença de facções criminosas atuando nos presídios do Piauí. O secretário de Justiça, Daniel Oliveira, nega e diz que nenhum órgão de inteligência confirma a informação. Já o diretor jurídico do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho, diz que os grupos realmente existem nas cadeias do estado.

“É melhor fazer o enfrentamento dessa questão, dizer que existe e que estão sendo monitorados, caso estejam sendo. É melhor fazer isso do que negar. É óbvio: as pessoas são presas lá fora, identificadas como membros de facção, e estão dentro do sistema prisional como membros de facção. Se a secretaria, que tem um serviço de inteligência, diz que não existe facções nos presídios piauienses, isso é lamentável”, disse Vilobaldo.

Para ele, a Sejus deveria ter a identificação de todos os membros de facções existentes nas cadeias e saber qual a relação deles com o ambiente externo. “A secretaria parece que não tem inteligência. Tem um órgão lá, mas parece que não funciona. O agente sabe de ocorrências na unidade e a diretoria de inteligência só sabe depois. Ela tem que prevenir e não atuar depois”, disparou.

Vilobaldo diz que em alguns presídios os presos impedem a entrada de outros detentos nos pavilhões e ainda estipulam normas. Ele acrescenta que não há setores dentro das cadeias dominados pelos presos, mas ressaltou que existem as regras impostas pelo estado e pelos detentos. “O estado tem um controle, mas as vezes não é um controle total”, concluiu.