O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) foi um dos primeiros políticos a chegar para a solenidade de entrega do título de doutor honoris causa ao ex-presidente Lula (PT) na Universidade Federal do Piauí (UFPI) nesta segunda-feira (4). Mesmo sendo do partido do atual presidente Michel Temer, o piauiense foi contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff e fez questão de enaltecer o legado lulista.

“O Lula foi inegavelmente um dos melhores presidentes que o Brasil já teve. Um homem que tem uma história como nenhum outro. Nenhum outro brasileiro pode exibir o currículo do Lula. Nordestino, retirante, vendedor de feira, torneiro mecânico, líder sindical e presidente da República. E o presidente que teve a maior projeção e o maior respeito internacional de todos os presidentes em qualquer época”, disse Marcelo.

Questionado sobre a indefinição em relação à candidatura do ex-presidente, que aguarda decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4) para saber se poderá ser candidato, Marcelo Castro disse que o PT trabalha com o único objetivo de Lula ser candidato. Ele disse que não existem provas contra o ex-presidente e criticou a condenação dado pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex.

“O Lula e o PT estão trabalhando como se o Lula será candidato. Acho que eles não estão admitindo a hipótese dele não ser candidato, o que seria uma imensa injustiça. Porque na verdade não tem prova de nada contra o Lula. O negócio do triplex é ridículo. Não tem nada que possa vincular o Lula ao apartamento, a não ser a ida dele lá uma vez visitar o apartamento. Todo mundo que comprar visita, mas não é obrigado a comprar”, falou.

Castro ainda citou como exemplo para criticar a decisão de Moro a possibilidade da lógica do caso triplex ter sido inversa e o ex-presidente tivesse, por exemplo, pedido a Justiça para passar um apartamento para o nome dele. “A Justiça ia dizer: cadê a prova? Onde você pagou? Cadê o recibo? Cadê o contrato? Cadê a escritura? Cadê o imposto de renda? Ou seja, não tem nada que possa provar ou vincular o Lula ao apartamento”, finalizou.