“PARECIAM UM BOCADO DE URUBUS”

Em Demerval Lobão, petista desabafou (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O governador Wellington Dias (PT) cumpriu agenda na manhã desta sexta-feira (16) na cidade de Demerval Lobão, a 35 km de Teresina. Em entrevista após solenidade na Câmara de Vereadores do município, ele foi questionado sobre a auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) que apontou desvio de finalidade no uso de recursos da primeira parcela do empréstimo de R$ 600 milhões junto à Caixa Econômica Federal.

Visivelmente incomodado com a repercussão do caso, ele desabafou dizendo que alguns segmentos trabalham contra o povo. Segundo Wellington, enquanto o governo luta para conseguir recursos, existem setores atuando para prejudicar a população do Piauí. O petista disse que sempre agiu cumprindo a lei e se defendeu das acusações de que teria praticado uma manobra fiscal ilegal para desviar a finalidade do dinheiro adquirido para execução de obras.

“Na política nós vamos ter que separar quem é que está trabalhando para trazer investimentos necessários para o povo do Piauí e quem é que passa manhã, tarde e noite trabalhando para que o estado não receba recursos. É disso que se trata. Fizeram todo um inferno para não acontecer a PPP do saneamento. Queriam impedir um investimento de R$ 1,7 bilhão. Me lembro que no ano passado passaram o tempo todo torcendo para que o Estado atrasasse salários. Pareciam um bocado de urubus, uns 'agouradores' para que houvesse desgraça e atrasasse salários, para que tudo desse errado”, falou.

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Antes de conceder a entrevista, Wellington já havia mencionado o caso durante o discurso no evento. A primeira-dama e secretária de Educação Rejane Dias (PT) também falou do assunto em seu discurso e defendeu a gestão do marido. Ela disse que existem pessoas torcendo para que as coisas deem erradas e afirmou que os críticos não querem prejudicar apenas Wellington, mas também o povo do Piauí.

ENTENDA
Uma auditoria realizada pela equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE) apontou uma série de ilegalidades cometidas pelo governo estadual na gestão dos recursos da primeira parcela do empréstimo de R$ 600 milhões com a Caixa. De acordo com o relatório da auditoria, Wellington e sua equipe desobedeceram cláusulas contratuais e cometeram atos ilegais ao transferir recurso da conta do empréstimo para a Conta Única do estado.

Além disso, os auditores constataram que Wellington empenhou despesas já concluídas e realizadas antes mesmo do empréstimo. Como medida cautelar, a equipe técnica do Tribunal pediu a suspensão do pagamento da segunda parcela do empréstimo e ainda de um outro empréstimo, no valor de R$ 315 milhões, também junto à Caixa.

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