O ex-governador Wilson Martins (PSB) recebeu o Política Dinâmica na quinta-feira (19) no consultório do luxuoso hospital da sua família, na Zona Sul de Teresina. De jaleco e bem humorado, demonstrou estar bastante a vontade exercendo a medicina. Antes da entrevista, fez selfie com pacientes que acabara de atender: "Fotogênico o senhor", elogiou uma das mulheres. Foi no espaço adornado com retratos da família, quadros com diplomas e obras de arte que ele falou sem hesitar em nenhum assunto.

Dr. Wilson Martins, assim como está bordado no jaleco, não poupou críticas à gestão de Wellington Dias (PT). Para ele, o atual governo é muito fraco e sem novidades. O ex-governador justificou a afirmação dizendo que a grande maioria das realizações da atual administração foi viabilizada ainda durante o seu governo.

“É muito fraco e não tem nenhuma novidade. É um governo que não apresentou nenhum projeto que a gente possa dizer que é a marca dele. Qual é a marca desse governo? Não tem. A marca dele é do governo Wilson Martins. Nós planejamos o estado a curto, médio e longo prazo. Vi propagandas mostrando a Ponte do Meio da Frei Serafim, o rodoanel de Teresina, a duplicação da Ponte Wall Ferraz e o prolongamento da avenida Barão de Castelo Branco. São todas obras do meu governo”, criticou.

Wilson garante que deixou mais de 80% do rodoanel concluído, a Ponte do Meio com mais de 95%, o prolongamento da Barão de Castelo Branco faltando apenas a prefeitura de Teresina retirar moradias ao lado do Albertão e a Ponte Wall Ferraz com cerca de 50% de execução. Ele diz que até mesmo o dinheiro utilizado pelo atual governo foi deixado através de um projeto do Banco Mundial, cujo valor passa de R$ 1,2 bilhão.

“Está sobrevivendo disso. Sobrevivendo também do dinheiro do Branco do Brasil para infraestrutura no valor de R$ 369 milhões para manter as estradas e dar continuidade. Eu lamento profundamente que tenha demorado mais de dois anos para concluir a Ponte do Meio, que aliás nem tá concluída. Com dinheiro na conta, projetos prontos, obras em andamento e as coisas não andam. Não tem nada para mostrar e está mostrando obras e investimentos deixados pelo governo Wilson Martins”, falou.

O ex-governador criticou ainda a não continuidade de programas desenvolvidos durante a sua gestão, como o intercâmbio na educação e o Samu Aéreo. “Nós criamos um programa fundamental para que os jovens adolescentes das escolas públicas pudessem aprender línguas viajando para outros países e esse programa foi cortado. O Samu Aéreo, que foi um sucesso e salvou muitas vidas, não teve continuidade”, disse.

DESCULPA DE CRISE NÃO VALE
Para Wilson Martins, o discurso de que as realizações da administração estadual ficam comprometidas por conta da crise econômica e política que o país vive é desculpa. Segundo ele, o povo elege o governador para governar em todas as situações e é preciso ter inteligência e capacidade para superar todos os desafios do estado.

“Eu acho que isso é desculpa. Se tiver excesso de chuva: cheias. Se tiver seca: estiagem. Se tiver crise: o governo tem que ter inteligência e capacidade para superar, por isso o povo confia. Sei das dificuldades que todos os governadores estão vivendo. Eu vivi isso, mas vivi dando aumento para os servidores públicos como na Polícia Militar, para os servidores da Saúde, para a Uespi e outros. Este é um governo que tem muita conversa, muita propaganda e praticamente nada de investimentos”, disparou.