A operação deflagrada nesta terça-feira (15) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Piauí (Gaeco) em Itaueira, a 344 km de Teresina, prendeu dois empresários e o secretário municipal de Transportes. O prefeito do município, Quirino de Alencar Avelino (PTB), foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em Itaueira e Floriano. As duas cidades ficam distante 100 km uma da outra.
Segundo a promotora Débora Aragão, coordenadora do Gaeco, a organização criminosa contratou empresas sem capacidade operacional para obras no município, com a finalidade de desviar dinheiro público. A investigação aponta também a aquisição fraudulenta de uma ambulância para a Secretaria Municipal de Saúde e fraudes no serviço de transporte escolar, com contratação de empresas supostamente de fachada, sem capacidade de operar o serviço.
“As empresas não têm funcionários registrados e nem veículos. Tudo indica que são empresas que servem apenas para emitir notas, que não realizam os serviços diretamente, o que indica desvio de recursos objeto da investigação do Gaeco”, explicou.
Ainda conforme a promotora Débora Aragão, em um dos contratos investigados, a prefeitura de Itaueira pagou mais de R$ 500 mil por obras públicas que não foram realizadas. Na operação, o Gaeco apreendeu vários documentos, celulares e notebooks que serão periciados e seus conteúdos vão servir para aprofundar as investigações.
De acordo com o Gaeco, o prefeito Quirino é suspeito de liderar a organização criminosa. O gestor completa 79 anos este mês e está no sexto mandato como prefeito. A operação foi batizada de Perpetuatio, em referência à perpetuação de Quirino à frente da prefeitura.
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