PRESIDENTE DE VOLTA AO CENTRÃO

Sem conseguir fundar o próprio partido, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro (sem partido), deve concorrer à reeleição em 2022 pelo Partido Liberal (PL). Nessa última terça-feira (9), o presidente declarou que está afunilando as conversas com líderes do partido e declarou que todos aos partidos do país sofrem com “problemas”. A declaração foi dada durante tradicional conversa com apoiadores na porta do Palácio do Alvorada.

O problema do PL seria o fato de o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, ser condenado há mais de sete anos de prisão pelo julgamento do mensalão, sentenciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Caso ingresse no PL, Bolsonaro que diz “abominar” a corrupção irá justamente para uma sigla que seu líder maior é condenado por esta prática.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto (foto: g1)

“Devo decidir nesta semana. Tem que ter um partido. Vão me criticar: ‘Ah, e esse partido?’ Todos os partidos têm problemas. Eu não consegui fazer o meu, foi impossível ter um partido”, afirmou Bolsonaro. Vale lembrar que desde 2019, quando decidiu deixar o PSL após brigas internas com integrantes do partido pelo qual se elegeu presidente, Bolsonaro tenta fundar o próprio partido, que chegou a se chamar Aliança pelo Brasil. Porém, não conseguiu coletar em tempo hábil as assinaturas para o registro da sigla na Justiça Eleitoral.

Além do PL, Bolsonaro também mantém conversas com o Progressistas, partido líder do Centrão. Porém, apesar do PP ter aderido ao governo neste fim de gestão, caso se filie ao Progressistas, o presidente poderia encontrar algumas resistências dentro da sigla, além de ter que dividir o comando com o presidente do PP, ministro Ciro Nogueira, e outros caciques como o presidente da Câmara, Artur Lira. Vale ainda destacar que Bolsonaro poderá encontrar resistência ao seu nome dentro do partido, como na Bahia, onde os Progressistas querem aliança com o PT, indicando o senador Jaques Wagner (PT) ao governo e tendo como vice um representante do PP, provavelmente o atual vice-governador João Leão.

Outro fator determinante para Bolsonaro não ir para o Progressistas seria o fato de que se filiando ao PL e garantindo aliança com Progressistas, o presidente teria ainda mais tempo de propaganda eleitoral. Indo para o PL, o presidente teria apenas que acertar algumas decisões com o atual presidente do partido.

Sobre as críticas por aderir a um partido tido como do Centrão, seja o PP ou PL, o presidente destaca que agora é do Centrão, inclusive já foi filiado ao PP de 2005 a 2016, quando era deputado Federal. Mas ao que tudo indica, Messias irá mesmo se filiar ao PL.

“Está quase certo com o PL. Tem mais alguma conversa para acertar em um Estado ou outro, para a gente partir para as eleições. Vamos priorizar, da minha parte, o Senado. Não queiram tudo, o partido não é meu. Tem uma outra pessoa lá que fez um acordo comigo e temos que alinhar aos nossos objetivos”, completou o presidente da República.

CANDIDATO A VICE DO PROGRESSISTAS

Com aproximação e quase definição da ida de Bolsonaro ao PL, o líder do Progressistas, ministro Ciro Nogueira (PP-PI), já declarou à imprensa que "nada mais que o normal" que o candidato a vice na chapa do presidente seja do Progressistas.

Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro (foto: divulgação)

Além de ser do Progressistas, o que se comenta nos bastidores é que esse nome do futuro pré-candidato a vice deve ser um líder de algum dos estados do Nordeste ou de Minas Gerais. Desta forma, conseguirá angariar mais votos para chapa governista.

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