Macri diz que Dilma está tranquila em relação a impeachment

Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o presidente eleito da Argentina, Maurício Macri, afirmou nesta sexta-feira (4), em entrevista coletiva, que os dois conversaram conversaram sobre o processo de impeachment da petista e que ela se mostrou tranquila.

O Brasil é o primeiro destino internacional dele após a vencer as eleições no segundo turno, há cerca de duas semanas. Macri derrotou o candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner, Daniel Scioli, e pôs fim a um período de 12 anos do kirchnerismo à frente da Casa Rosada.

O encontro, a convite da petista, foi apenas uma audiência pois o argentino só assume o cargo no próximo dia 10. A ida de Dilma ainda não está confirmada.

“Estava muito tranquila. Ela me explicou o que estava acontecendo”, disse Macri. Ele acrescentou ainda que o assunto não o preocupa e sente o país “forte” e confia “plenamente nas instituições do Brasil, que, nas últimas décadas, viu a consolidação do seu sistema democrático".

Macri veio acompanhado do chefe da Casa-civil indicado, Marcos Peña, da futura chanceler, Suzana Malcorra, e o futuro assessor especial Fulvio Pompeo, além do embaixador da Argentina no Brasil, Luiz Maria Kreckler.

Do lado brasileiro, participaram da reunião os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, o embaixador do Brasil na Argentina, Everton Vargas, e o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.

A viagem ocorre em meio a divergências entre Macri e Dilma em relação à adoção da cláusula democrática contra a Venezuela no âmbito do Mercosul. A cláusula democrática prevê desde a aplicação de sanções comerciais até a suspensão do país acusado de romper a ordem democrática, mas precisa de consenso para ser aplicada.

Em sua primeira entrevista após a eleição, na semana passada, Macri prometeu invocar a cláusula "pelos abusos que [o governo venezuelano] está cometendo, como a perseguição de opositores e [a suspensão] da liberdade de expressão”.

No dia 30 de novembro, durante entrevista em Paris, onde participou da abertura da Conferência do Clima, a COP21, Dilma discordou de Macri sobre posicionamentos a serem tomados no âmbito do Mercosul. Ela disse que não vai apoiar a utilização da cláusula democrática, como pretende o argentino, com o objetivo de retaliar a Venezuela.

Fonte: G1.

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