ADVOGADO SE MANIFESTA

O advogado Rubens Vieira divulgou nesta sexta-feira (24) uma nota em que aponta como sendo caluniosa uma matéria do Política Dinâmica sobre ameaça sofrida pelo advogado Chico Couto na madrugada do último domingo (19). A matéria e um vídeo do PD contêm trechos de vídeos gravados por câmeras de segurança que mostram o advogado Guilhermy Cardoso (sócio de Rubens) visivelmente aborrecido e sacando uma arma de fogo no meio de uma “conversa amistosa”.

Aliado de Raimundo Junior, o advogado Rubens Vieira divulgou nota sobre confusão com marido de Nara Letícia e criticou material jornalístico do Política Dinâmica (foto: redes sociais)

NÃO FALOU DA ARMA

A nota não cita a arma de fogo que, pelo menos até aqui, a parte mais importante a ser comentada. 

Ao contar sua versão, Rubens ressalta que é advogado a quase 10 anos e ocupa cadeira no Conselho Seccional da OAB-PI. Acusa o advogado Chico Couto de criar “uma história fantasiosa” para atribuir a ele, Rubens, e seu sócio, Guilhermy, “a prática de um crime".

Rubens critica o fato de que o vídeo da visita feita por ele e Guilherme a Chico Couto não ter sido exibido na íntegra. Sobre isto, visto que o vídeo completo tem mais de 40 minutos de duração, o PD esclarece que os fatos relevantes do ponto de vista jornalístico foram mostrados.

DISSE QUE NÃO FOI OUVIDO

O advogado também aponta que não foi ouvido pelo PD antes da matéria ir ao ar. Quanto a isso, diante das imagens e informações já disponíveis, o PD entendeu que havia material jornalístico suficiente para uma publicação, mesmo sem ter conseguido contato com o advogado. A imagem de Guilhermy sacando uma arma fala por si.

A imagem de Guilhermy Cardoso sacando uma arma de fogo já é material suficiente para publicação jornalística (imagem: reprodução)

Ainda assim, o PD buscou contato com Rubens e Guilhermy. 

Foi estabelecida comunicação com o advogado Rubens Vieira na tarde desta sexta-feira. A ele foi oferecido todo o espaço necessário para a divulgação de informações que possam contrariar o que foi dito na matéria e exibido no vídeo citados em sua nota, com a garantia de que teria o mesmo espaço em nosso site e redes sociais que tiveram vídeo e matéria originais.

GRAVOU A CONVERSA

Segundo Rubens, sua namorada, que estava dentro do carro todo o tempo, gravou a conversa inteira que ele, seu sócio Guilhermy Cardoso e o advogado Chico Couto mantiveram durante meia hora. Mas as imagens mostram que parte da conversa entre Guilhermy e Chico se dá do lado de fora do veículo dirigido por Rubens.

Segundo Rubens, sua namorada, que estava no banco de trás do carro, gravou a conversa; mas em vários momentos, pelo menos Guilhermy e Chico Couto conversavam do lado de fora do veículo (imagens: reprodução)

O PD solicitou uma cópia do áudio para confrontar com as imagens, comparar os tempos do áudio e do vídeo – garantindo transcrição e publicação na íntegra –, mas Rubens não respondeu a este pedido.

NÃO RESPONDEU NOSSOS QUESTIONAMENTOS

Fizemos a Rubens diversas perguntas, dentre as quais: se ele sabia que o sócio era proprietário e carregava consigo arma de fogo naquele momento – e se ele próprio possui arma de fogo e portava alguma durante aquele encontro –; se ele teve receio de que ao sacar a arma, Guilhermy poderia estar colocando em risco a integridade física de alguém – lembrando que dentro do veículo dirigido por Rubens estava sua namorada e seu afilhado, menor de idade –; e se ele e Guilhermy são, de fato, militantes na campanha do advogado Raimundo Junior e se tinha premeditado a gravação do diálogo.

Nenhuma das perguntas foi respondida.  

NÃO ERA ADESIVO DE CAMPANHA

Junto com a nota, Rubens divulgou uma foto parcial de seu carro, que mostra o detalhe de um adesivo, que na matéria do Política Dinâmica e no vídeo publicado pelo PD, é apontado como possível caracterização da campanha do advogado Raimundo Junior e detalhe a ser investigado pela polícia.

Adesivo que aparece colado no carro no momento em que Guilherme saca arma não seria o da campanha de Raimundo Junior (imagens: arquivo de Rubens Vieira | reprodução)

A imagem mostra que, sendo aquele o mesmo adesivo do vídeo, trata-se de publicidade de uma cavalgada, acontecida no início do mês de setembro no município de Alto Longa, não tendo, portanto, conexão com campanha da OAB-PI.  

NÃO NOS FORNECEU O CONTATO DE GUILHERMY

Pedimos a Rubens o número telefônico do sócio Guilhermy Cardoso -- com quem, até a publicação desta matéria, ainda não tivemos contato --, mas sobre isso também não obtivemos retorno e a ele será garantido, sempre, o mesmo espaço para manifestações.

Veja abaixo a nota na íntegra:

"NOTA À ADVOCACIA PIAUIENSE

Matéria caluniosa, envolvendo o meu nome, causou-me estranheza na noite de ontem. Sou advogado há quase dez anos, conselheiro seccional titular da OAB/PI e defensor das causas nobres da advocacia e da vida.

Esclareço que eu, Rubens Vieira, tinha uma relação antiga com o conselheiro Chico Couto: estive ao seu lado na última campanha de Ordem, participei de seu grupo e cheguei a considerá-lo um amigo.

Nunca imaginei que, por divergências políticas, o Sr Chico Couto criasse uma história fantasiosa para atribuir a mim e a meu sócio a prática de um crime.

Um vídeo com imagens aceleradas, editado e que não apresenta a íntegra de uma conversa, uma matéria feita sem sequer me ouvir. E pior, dizendo que um adesivo de uma VAQUEJADA é, na verdade, um adesivo de um candidato rival ao Sr Chico Couto.

No dia das imagens, o Sr Chico Couto, após discutir em um grupo de WhatsApp, me insultando e instigando, de maneira inexplicável, nos chamou para conversar pessoalmente. Eu, que sempre fui leal a ele quando participei do seu grupo político, fui chamado de vendido e taxado de ‘machão de whatsapp’.

Foi o próprio Chico Couto quem enviou a localização do apartamento, foi ele quem insistiu que eu fosse até lá e, por diversas vezes, me convidou para subir. Recusei, pois estava acompanhado da minha namorada, meu primo e afilhado.

Tivemos uma conversa longa e sobre diversos temas.

Que ameaça poderia ter ocorrido na presença da minha namorada e do  meu próprio  afilhado, de 16 anos?

Que ameaça poderia ter ocorrido quando os próprios interlocutores passam mais de uma hora rindo e jogando conversa fora?

Cheguei a comentar com ele que apoiei a sua esposa, Nara Letícia, como possível candidata à OAB.

Que ameaça seria essa?

Embora eu jamais esperasse que um colega fizesse isso, tive sorte que minha namorada gravou a conversa, e ela será enviada a todas as instâncias competentes para as medidas que, tenham certeza, eu estou tomando.

As conversas falam por si. O Sr Chico Couto insiste que eu suba e, diante da negativa, diz que irá descer para “me dar um xero”.  A gravação comprova o teor amistoso.

A minha grande dúvida é: se alguma ameaça tivesse ocorrido no dia 18.09, por que só foi divulgada no dia 23.09, com edição de imagens e envio de matéria para apenas um jornalista que sequer me ouviu? É isso que chamam de coragem?

Por que o  Sr Chico Couto nada disse por quase  uma semana?

Infelizmente, vejo, hoje, que tudo que sempre falaram do Sr Chico Couto é verdade: um sujeito sem escrúpulos, disposto a incriminar, de maneira caluniosa, os próprios amigos para alavancar um projeto político e de poder. Estou tranquilo porque sei que esta farsa logo será desmascarada: tenho todas as provas para isso. As medidas judiciais e policiais, aliás, já estão sendo tomadas.  Acredito nas apurações, na verdade dos fatos, bem como, ao contrário de alguns, no meu caráter.

Amigas e amigos, o tempo desmascara as aparências, revela a mentira e  expõe o caráter.

Rubens Vieira

Conselheiro Seccional OAB PI

OAB-PI 9010"

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