O espaço do PP no governo de Wellington Dias (PT) será ampliado. Há a informação que o partido deverá dividir, com o PT, o comando da Saúde no Piauí. O governo encaminhou, no ano passado, à Assembleia Legislativa projeto criando a Empresa Piauiense de Serviços Hospitalares (EPISERH).Os progressistas estariam negociando o comando da nova estrutura.

A pasta dentro da saúde será responsável por gerir os hospitais do estado, com a prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais. A medida visaria acomodar o aliado que vem reivindicando maiores espaços, depois de ter sido a legenda que mais cresceu na eleição de 2016, elegendo 40 prefeitos.

O PP comanda hoje o Ministério da Saúde com o ministro, Ricardo Barros. Ele foi indicado pelo senador Ciro Nogueira. O deputado Júlio Arcoverde deve ser o responsável por indicar um nome para comandar a EPISERH no Piauí.

Com a criação da pasta, Wellington Dias mantém o grupo do deputado federal, Assis Carvalho (PT), na gestão da secretaria de Saúde. O secretário Francisco Costa, indicado pelo petista deve permanecer no cargo.

ACOMODAÇÃO DE ALIADOS

O PP não deve ser o único beneficiado com a criação de novas estruturas. Aliados do governador afirmam que pelo menos três novas pastas devem ser criadas este ano. Em alguns casos, estruturas maiores, a exemplo da Saúde, deverão ser divididas.

Essa seria uma estratégia do governador para acalmar os aliados que temem perder espaços no governo, com o ingresso do PMDB e a ampliação dos espaços do PP. O principal impasse na negociação com os aliados viria do próprio PT. Com as novas estruturas, o governador pretende encerrar as discussão entre os petistas.

AUMENTO DE GASTOS

Se por um lado a estratégia do governador acalma os aliados políticos e favorece a consolidação das alianças para 2018, por outro contradiz a política de redução de gastos. A criação ou mesmo a divisão de pasta gera custos.

No caso da Saúde, a Prefeitura de Teresina é um bom exemplo disso. Ao ser reeleito para o quarto mandato, a primeira medida do prefeito Firmino Filho (PSDB) foi unificar a estrutura da Saúde, que era dividida em três órgãos. A justificativa foi a necessidade de cortar gastos.

A expectativa dos aliados é que até março a reforma administrativa de Wellington Dias possa ser concluída. Ele esteve, em Brasília, no início da semana e conversou demoradamente com o senador Ciro Nogueira. A acomodação do PP no governo foi a pauta central do encontro.