PROJETO EVIDENCIA FALHAS DA BASE

Manifestantes contrários ao projeto discutem com a vereadora Cida Santiago (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O projeto da vereadora Cida Santiago (PHS), que proíbe a discussão de gêneros nas escolas públicas de Teresina, tem afetado a imagem da Câmara Municipal. A forma atropelada como a matéria foi aprovada, sem a discussão devida e com vereadores agora tentado mudar o voto, evidenciam as falhas na articulação da base aliada do prefeito Firmino Filho (PSDB).

Em ano eleitoral, em que o prefeito busca se recuperar diante das pesquisas já divulgadas, é inaceitável para o Palácio da Cidade, que os aliados deixem chegar nas mãos do prefeito uma matéria tão polêmica como essa. Se Firmino sancionar o projeto, ele provocará a ira dos grupos ligados ao movimento LGBT. Caso ele vete, terá que enfrentar a revolta dos movimentos religiosos.

Presidente Luiz Lobão vem sendo pressionado dos dois lados (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Na tentativa de amenizar o impacto da votação sobre o prefeito Firmino, a ordem é que o projeto seja arquivado. A assessoria jurídica da Câmara identificou “vícios” na matéria e barrou o enviou do projeto à prefeitura. Essa atitude vem sendo considerada com “manobra política” do presidente da Câmara, vereador Luiz Lobão (PMDB),

O relator do projeto, vereador Dudu (PT), esqueceu de assinar o relatório. Com isso, Lobão determinou que o projeto voltasse à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se for aprovado pela comissão, a matéria segue para a votação no plenário e só depois para a sanção de Firmino.

Mas a autora Cida Santiago afirma que a ordem vinda do Palácio da Cidade é que o projeto seja arquivado. Em uma tentativa de proteger Firmino, não se poderá falar de discussão de gênero até depois do dia da eleição.

Oposição quer que o prefeito Firmino Filho se pronuncie sobre o projeto (Foto: Jailson Soares/PolíticaDinamica.com)

OPOSIÇÃO TENTA IMPEDIR

O líder da oposição na Câmara e relator da proposta, vereador Dudu (PT), denuncia a manobra do prefeito e diz que dará um parecer favorável ao projeto. “A base tenta proteger o prefeito Firmino. Querem arquivar o projeto para que o Firmino não tenha que se pronunciar sobre o tema polêmico. Vou apresentar parecer favorável, como relator, e o plenário é que irá decidir”, destacou.

Dudu defende o projeto e afirma que as crianças não estariam preparadas para a discussão de gênero. “Eu sou pai. E como pai quero defender meus filhos. Uma criança de até sete anos não é preparada para esse tipo de discussão. Essa é uma discussão que deve ocorrer dentro de casa. Mantenho meu voto favorável”, disse.

Manifestantes protestam com cartazes contra a intolerância (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica)

PRESSÃO POPULAR

Diante dos protestos, alguns vereadores da base começam a repensar o voto. Além disso, essa será uma maneira de impedir que o projeto chegue as mãos do prefeito Firmino. Se nomes da base votarem contra, a matéria não passa e não precisar do veto ou sanção de Firmino Filho.

CONFRONTO

O clima esquentou entre os grupos favoráveis e contrários ao projeto. O presidente da Câmara, Luiz Lobão, interrompeu a sessão por 10 minutos. Os manifestantes bateram boca e trocaram ofensas interrompendo a sessão.

Uma grande discussão tomou conta do plenário e vereadores favoráveis ao projeto foram confrontados pelo grupo contrário. "Vou interromper a sessão. É impossível continuar assim. Vamos parar por 10 minutos", disse Lobão.

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