NÃO FALE (MAL) DO MEU PADRINHO

Vereadores tem ajuda de padrinhos políticos para serem eleitos (Foto:Jailson Soares/PoliticaDianamica.com)

Chama atenção na Câmara de Teresina a importância que os chamados “padrinhos políticos” tiveram no resultado da eleição de 2016 naquela Casa. Políticos experientes, com anos de mandato e bases eleitorais sólidas contribuíram de forma decisiva para o sucesso eleitoral, principalmente, dos vereadores de primeiro mandato.

Quem possui um padrinho forte, teve boa votação e faz parte hoje dos quadros de parlamentares da Casa. No final a ideia de renovação é praticamente zero, já que os afilhados estão sempre prontos para defender as causas de interesses desses mecenas políticos.

Para quem não se lembra, mecenas é termo utilizado para designar o indivíduo de situação financeira favorável, que protege artistas e intelectuais. Pedimos licença para utilizar o termo também na política, ao se analisar a influência desses padrinhos na composição da Câmara.

O apadrinhamento também tem criado situações a serem analisadas na Casa. Os afilhados estão atentos e toda vez que o padrinho é citado por alguém, eles fazem logo a defesa. É uma tal de “não fale do meu padrinho”.

Para citar um entre vários exemplos, vale lembrar a discussão entre os vereadores Joaquim do Arroz (PRP) e Deolindo Moura (PT). O primeiro criticou a decisão do governador, Wellington Dias (PT), e da secretária de Educação, Rejane Dias (PT), de parcelar o reajuste do piso dos professores. Deolindo, que não esconde de ninguém que tem Rejane como madrinha, saiu em defesa da secretária. O vereador do PT acusou Joaquim de usar o assunto com querelas políticas.

Na lista de padrinhos estão nomes como o presidente da Assembleia, Themístocles Filho (PMDB), o prefeito Firmino Filho (PSDB), a primeira-dama, Lucy Silveira, entre deputados e até ex-vereadores. O Política Dinâmica listou o nome de alguns vereadores e seus padrinhos.

O vereador Zé Nito (PMDB) teve o apoio fundamental do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (PMDB).

 Vereador Evandro Hidd (PDT) foi chefe de gabinete do secretário de Governo, Charles da Silveira (PSDB). O secretário, que é homem forte do prefeito Firmino Filho (PSDB), teve importância na campanha do aliado. Hidd foi indicado para o comando da SDU/Sudeste.

O vereador Deolindo Moura tem uma madrinha. A primeira-dama do Estado e secretária de Educação, Rejane Dias (PT), trabalhou ativamente na campanha do aliado. 

Vereador Neto do Angelim (PSDC) era segurança do prefeito Firmino Filho (PSDB) e virou vereador. O prefeito é considerado o padrinho político do parlamentar. Ele também teve o apoio da primeira-dama, Lucy Silveira.

O vereador Venâncio é filho da deputada estadual, Flora Izabel (PT). Ele foi eleito pelo Partido Progressista (PP). O jovem parlamentar faz parte da ala dos herdeiros políticos dos pais.

Vereador Ítalo Barros (PTC) também é herdeiro político. Ele é filho do ex-vereador de Teresina,  Barros Júnior. O ex-parlamentar foi o principál incentivador da campanha do filho. 

O vereador Enzo Samuel surgiu no movimento estudantil de Teresina. Do PC do B, ele tem como padrinho o ex-deputado federal, Osmar Júnior. 

O vereador Zé Filho (PT do B) nem chegou a assumir a cadeira de vereador e já foi indicado para a secretaria de Juventude. Na campanha por uma vaga na Câmara, ele teve o apoio fundamental do presidente da Funasa, Henrique Pires (PMDB), que é apontado como amigo pessoal do presidente, Michel Temer (PMDB).

Joaquim do Arroz (PRP) tem dois padrinho de peso. O senador Ciro Nogueira (PP) e o deputado estadual, Zé Santana (PMDB). O vereador é da base do prefeito e até ensaiou uma disputa pela presidência da Câmara, mas foi aconselhado pelos dois padrinhos a não bater de frente com o tucano. 

O vereador de primeiro mandato, Gustavo Gaioso, tem o apoio do ex-prefeito de Novo Oriente, Marcus Vinícius (PTC), que é pré-candidato a deputado estadual e é cotado para ser indicado pelo partido para assumir um cargo no governo estadual.

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