BRIGA DE EGOS EM UM MDB DIVIDIDO

A mudança de nome de PMDB para MDB não significou grandes transformações no partido. E muito menos alterou o clima de divisão que vive a sigla no Piauí. O grande desafio político do MDB do Piauí será buscar a unidade em 2018. A aproximação da eleição de outubro evidência disputas de egos e interesses contrastante, que se acirraram com o ingresso da legenda no governo de Wellington Dias no início do ano de 2017.

PMDB passa a ser MDB, mas segue dividido no Piauí (Foto:JailsonSoares/PoliticaDinamica.com)

O apoio ao governador petista é hoje um dos motivos da divisão interna peemedebista no Piauí. Apesar da ala ligada ao presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho - hoje a mais forte no partido - trabalhar para continuar com o petista, surge no interior o desejo de um novo caminho para a legenda.

O ex-ministro João Henrique Sousa tem percorrido o estado em busca de apoio para ser candidato em 2018. Ele tem recebido adesões de gestores do interior insatisfeitos com o governo de Wellington Dias. Esses prefeitos se dizem desprezados pela direção da legenda no estado e insatisfeitos, também, com a posição do MDB no governo. Segundo eles, apenas os deputados seriam beneficiados.  

A direção estadual da sigla, comandada pelo deputado Marcelo Castro, tem feito uma espécie de vista grossa em relação às reclamações dos gestores municipais. Recentemente, o partido chegou a perder quatro prefeitos que se filiaram ao PP, considerado o principal adversário da sigla na disputa pela vaga de vice de Wellington Dias (PT). Ao assinarem ficha de filiação à nova legenda, eles acusavam o MDB de não ouvir o interior.

João Henrique chegou a propor a realização de uma convenção, em janeiro, para que os delegados da sigla definissem sobre a candidatura própria. Depois de muita confusão interna, o grupo que defende a aliança com Wellington Dias conseguiu enterrar a proposta.

Enquanto o governador Wellington Dias não anuncia a composição da chapa majoritária, o MDB faz ameaças veladas de possível rompimento. Depois de crescer a pressão do PP para continuar com a vaga de vice, o deputado Themístocles Filho andou conversando com nomes da oposição como o deputado Dr. Pessoa (PSD) e o ex-governador Wilson Martins (PSB). Esses encontros foram interpretados como recado ao governador.

Nacionalmente, o MDB e PT estão em palanques opostos. O partido do presidente Michel Temer é acusado de golpe depois que ele alcançou o poder com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com Temer na presidência, João Henrique defende que esse seria o momento do partido ter candidato próprio.

Há no partido quem se preocupe com o impacto das disputas internas no desempenho da sigla no pleito de outubro. A tendência é que o partido continue na base de sustentação do governador Wellington Dias, com Themístocles Filho como vice, mas dificilmente seguirá unido. Os dissidentes devem incomodar.

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