O secretário de Administração, Franzé Silva (PT), recebeu a equipe do Política Dinâmica na manhã desta quinta-feira (26). A entrevista aconteceu no gabinete da secretaria  no Centro Administrativo. Entre uma resposta e outra às perguntas sobre a saúde financeira do estado, ele fez uma importante revelação sobre as pretensões políticas. Petista desde a fundação do partido no estado, ele afirma que será candidato a deputado estadual.

É a primeira vez que Franzé fala sobre o assunto com a imprensa e confirma a candidatura. Mostrando tranquilidade e confiança ao falar sobre o assunto, Franzé disse saber das dificuldades e resistências que sofrerá dentro do próprio PT.

Sobre os obstáculos, o secretário fez questão de dizer que tem o apoio do governador Wellington Dias (PT), o maior líder do partido no estado. “Conversei com o governador, coloquei meu nome à disposição e já tenho começado algumas conversas. Minha preocupação é de não misturar a ação administrativa com a ação política. Mas meu desejo é ser candidato”, afirmou.

CONSELHO DE WELLINGTON DIAS
Franzé afirma que foi alertado pelo governador Wellington Dias sobre os obstáculos no PT. O partido tem hoje quatro deputados na Assembleia. Elegeu apenas três deputados em 2014 – Flora Isabel, Fábio Novo e Francisco Limma – os dois últimos saíram para serem secretários e, hoje, a legenda é representada por Flora e os suplentes Cícero Magalhães, João de Deus e Aluísio Martins.

O secretário diz saber das dificuldades, mas afirma não ter medo de desafios. “Conversamos com o governador, ele falou das dificuldades, disse que vou ter resistências, vou ter um ambiente um pouco hostil, porque espaços serão divididos. A política é isso. São 30 vagas na Assembleia e pessoas que colocam os nomes à disposição da população. Coloco meu nome em avaliação. O povo e o eleitorado é que vão avaliar”, disse.

CIÚMES NO PT
Para Franzé, as resistências também irão ocorrer fora do Partido dos Trabalhadores. “Acredito que ciúmes serão não só do PT, mas toda vez que alguém sente necessidade de expandir para não perder espaço, cria uma instabilidade. Isso é normal não só na política, mas no mundo profissional. Em uma empresa, se entrar uma pessoa nova, que comece a se destacar, quem é mais antigo terá que se desdobrar para buscar melhorar. Isso acontece na política, os novos candidatos vão ajudar os parlamentares que já estão a se reciclarem. Os nomes que surgem criam incômodo e os deputados vão se movimentar mais ainda para não perder espaços”, disse.

RENOVAÇÃO PETISTA
De acordo com o secretário, o cenário político nacional mostra que o PT precisa de renovação. “Nós temos que pensar o PT dentro do processo de reestruturação. Estamos no PT desde a criação. Tivemos altos e baixos e o governador trabalha a possibilidade de oxigenar. Não que nossas lideranças não sejam representativas e atuantes nas mais diversas áreas sociais e econômicas. Temos bons deputados tanto no Partido dos Trabalhadores quanto na nossa base aliada, mas o governador tem colocado que precisamos de novos nomes, pessoas que tragam discussão da política dentro de uma nova realidade, de uma nova perspectiva, de oxigenação”, revelou.

LINHA DURA
Quando o assunto é a fama de ser um secretário “linha dura”, de difícil diálogo, Franzé diz não temer uma possível repercussão no projeto político. Ele afirma que não mudará devido o interesse de ser candidato e garante receber sinais de que tem agradado.

“Quando começamos a analisar a possibilidade de ser candidato, as pessoas costumavam dizer assim: é difícil você ser candidato porque é muito duro, toma medidas duras, impopulares, sorri pouco. É meu jeito de ser. Sou técnico. Hoje avaliamos muito a forma como se é aceito a partir de declarações espontâneas e da forma como recebe críticas ou elogios nas redes sociais. É o termômetro, se estou certo ou errado em minhas ações. Talvez a minha forma de gestão pública tenha espaço no mundo político. Não vou mudar a forma de conduzir minhas ações, cumprindo o que o governador quer, por conta de ser um dos nomes que irá concorrer à Assembleia em 2018. Não vou afastar um milímetro da forma como eu conduzo o trabalho desde 2015. Se eu mudar um milímetro da forma como faço gestão pública, aí sim cairia em descrédito na aceitação do eleitorado do Piauí”, disse.