Naqueles dias

Ah, como reclamam! Sem motivo, diga-se. De passagem, os conflitos incorporam novos elementos a cada ciclo. Que tempo bom para por em dia os acertos, os ajustes necessários para tornar tudo mais harmônico. Enfrentar a celeuma que parte aparentemente do nada. Fazendo tempestade em copo d’água, sobra a expressão quando não se entende o que sugere não ter pé nem cabeça.

Ápode e acéfalo, para gastar um pouco de erudição, afim de dizer que não há razão, mas há sim. Ah se há! Conviver entre as queixas que se espalham e se espraiam durante o período em que as mulheres renovam sua capacidade geradora de vida é um privilégio para quem convive com o gênero mais que perfeito; é um presente, oxalá dos deuses ascensionados. Quando se quer realmente dedicar-se ao entendimento.

Mas, afinal, do que se trata tanta palavração, tanto arrodeio imaginativo? Nada de mais. Na verdade é demais da conta procurar, sem ser professoral, dividir a percepção de anos a fio envolvido em descobertas à decifragem de como o sexo frágil se renova zaragateando quem está por perto, ou por longe. Sobra para qualquer um. Ou uma?

Aliás, sexo frágil?! Uma gaitada bem estridente quando se emprega uma expressão cada vez mais distante de fidedigna conceituação do sexo mais poderoso, que comanda todos os demais, que suplanta todas as “cracias”, sem se fazer notar. Quanta sabedoria!

Se faz-se de instável, é para recolher dividendos futuros, como se investisse numa bolsa de valores. Mas de préstimo essencialmente afetivo. É quando está em jogo a capacidade de empreender sensibilidade. E mensurar a suscetibilidade dos demais. Com os cantos dos olhos está a fazer contas de quem é verdadeiro e quem se faz de faz de conta.

Ciclos variáveis

Em média, os ciclos variam entre 28 e 31 dias. Já é um dica bem razoável para quem deseja alcançar compreensão, para exercitar o compreender do ser estimado. Ou aprender a lidar com as demais com quem se convive. Nos números estão as dimensões de intensidade da polvorosa que se assenta dominadoramente. Uns com suaves brisas. Ventos fortes. E muitos outros com tempestades furiosas. Neste caso, mais é mais. E menos é menos. Mesmo.

Vai uma dica: na busca da descoberta, seja discreto. Que ela perceba, não adianta mesmo querer esconder. O sexto sentido é ativado em gradiente muito superior ao nosso. Mas não mostre escancaradamente que está em busca. Sentem-se invadidas. Da pior forma possível. Também existem aquelas que adoram se mostrar, mas, até essas valorizam seus mistérios.

É algo tão íntimo a questão dos ciclos que a gente precisa sempre estar se reciclando nas medidas a serem tomadas criativamente para superar quaisquer estágios de instabilidade. É quase um gerenciamento de crise. Porém, menos dramático. O drama é uma elemento meramente cênico para gritar que a carência exige uma dose a mais de atenção. Só isso.

Se não tinha conhecimento desta variável, se liga. Vai fazer toda a diferença. É um dado precioso. Pra começo de conversa, elas não se igualam nem se nivelam nem neste momento crucial. Também diferem no decurso de suas transições mensais e, principalmente, nas reações decorrentes destas variações que modificam-se completamente nas que se renovam com menos e mais dias.

Pelo ponto de vista biológico

Se a gente pudesse enxergar apenas pelo viés da matéria, seria até mais simplificado, entretanto, é um bom ponto de partida à iniciação de bons intérpretes das fases que se encaixam em um quebra-cabeça mutante.

Imagine uma explosão de hormônios avolumados em proporções exponenciais com o intuito de concepção. Uma verdadeira preparação à guerra que é gerar a vida. A química quase implode um organismo para germinar outro. Um rebento. Como este vocábulo descreve bem o que acontece.

Se uma pessoa passa cerca de trinta anos sangrando vários dias a cada mês e não morre, pense bem e se indague: é ou não é muito forte? Para. Reflete. Cara, isso é uma tresloucagem (neologismo) sem precedentes e a gente quer avaliar simploriamente. Não pode. É muito grandioso para passar incólume. Sem uma pronfundíssima análise. Isso é, se quiser sofrer menos e ajudar a alguém a ser feliz, inclusive você.

Já pensou se mensalmente o centro da sua gravidade preparasse-se para engravidar? É muito grave. E quando não ocorre? Uma enxurrada deságua levando e lavando com sangue uma batalha que não se deu. Preparar o advento de uma vida põe dores onde comumente não existe e causa desconfortos que ultrapassam os limites do corpo. E a gente ainda quer que não afete. Como somos egoístas.

Estrogênio e progesterona produzidos vulcanicamente até irromper em erupção incandescente, levando tudo ladeira abaixo, consumindo matéria e eflúvios em incêndios, transmutando o que estiver pela frente. E não se apaga com água. Só tem um jeito. É carinho. Beijos sem fim, cafunés e afins.

É a frustração corpórea por não dar oportunidade a outro hormônio, o gonadotrófico, produzido pela placenta. Irascível, o organismo parece se vingar porque não teve o êxito que a natureza exige como perpetuação da espécie.

Ovular é a floração que sempre rende fruto, até quando o produto não se formou. Se sim, em alguns meses gesta outro ser com corpo, alma, coração, espírito e muita paixão. Se não, um ciclo se renova em tempo, espaço, volumetria, luz e sombra além das três dimensões óbvias a que estamos acostumados e cegos.

Quer moleza? Vá comer miolo de pão. Se não for pão dormido. Porque a gente tem a mania de querer cartesianizar (outro neologismo) o que tem flutuação além da conta? É conta que não fecha. É preciso enxergar muito além da razão. Além da ciência posta. Ponha o coração adiante dos olhos, neste caso, se quiser descortinar um horizonte de venturas.

No cerne da alma enlevada

Uma teia multifacetada. A verdadeira metamorfose ambulante. Cíclica e inovadora em fluxos anti-conceituais. É besteira tentar cristalizar o entendimento. Tudo tem que partir do princípio que a mudança é certa. Resta alimentar elementos cada vez mais numerosos para não ficar boiando num mar que hora é calmaria, noutros, a inquietação em pessoa marinada. É tempero de vida distanciado da mediocridade.

É regeneração perene e influidora de reestruturação em balanços mensais. Rudimentos que compõem os precedentes para adentrar solenemente no plano mais sutil de toda esta vastidão ying. Nem pense em banalizar unicamente em vibrações. É muito, mas muito mesmo, que uma simples energia positiva e/ou o contrário. É uma radiação de onde emana o mecanismo de irradiação. Derdejante, o vigor que inflama tremeluzindo. É brasa viva!

É diligência sacra a busca da travessia para estar sintonizado com esta ânima tão poderosa. É exatamente desta fluidez cachoeirante da female vibration que rompemos com um mundinho centrado na posse e na propriedade. É não tendo que se possui. A negação neutralizadora que universaliza a autenticidade. É cuidar do jardim, semeando sementes de flores para ter todas as abelhas e o mais imáculo mel, em meio a ervas daninhas, compondo para enaltecer e destacar a excelsa beleza.

Definitivamente, o universo é feminino. É a origem de tudo. Do todo. É a raiz que generosamente nos permite o encaixe. Somos complemento. Uma juntura que nos é oferecida como privilégio. Só e somente se tivermos merecimento. Ademais, apenas arremedos. A fecunda anastomose por autofagia. Data venia!

Por aí dá para ter uma vaga ideia da capacidade que elas têm em amadurecerem-se permanentemente. Não andamos nem perto do rastro que é a estética bem resolvida da sobrepujança da alma feminina. E como é bela e casta. E como é sensível e valente. E como é tímida e saliente. E como é reta e sinuosa. E como é a perfeita circunferência e o triângulo escaleno. O ardil, a inocência, a robustez e a candura na mesma conexão.

TPM

À flor da pele, a emotividade desabrocha e mostra toda a sua diversidade. Onde queres a certeza, confundir é opção certeira. Quem não manja do jogo, boia. Se não souber nadar, afoga-se com a intensidade de ondas em esbanjamento de múltiplas escolhas. Todas enfeitadas em fantasias, tornando tudo mais vistoso.

O Tesão Pró Mulherão é o momento que antecede a emissão de uma reformatação em graça ao mundo de mais uma transição superada. Não há evolução sem conflito. Visceralmente desembainhada das profundezas, ressurge cortante e afetuosa. Com o fio renovado. O mesmo que pode ser cirúrgico repousa toda a ternura da compreensão maternal, mesmo que não tenha parido.

Tudo para ser novo e plurificar (tome neologismo) em mais um ciclo que se fez reciclado. E assim segue a vida em mais uma jornada a explorar novas oportunidades. É quando temos a melhor chance de aproximação. Um não é apenas um sim com sentimento de inversão. A flor só quer ser apreciada e, de preferência escolhida. Colhida não, mas regada.

Ao invés de colar aquecidamente e desfrutar do fogo terno, em sua maioria, o sexo complementar afasta-se. Aí perde a aula. O ensejo que se faz em desejo vê passar a maré boa de aprendizado, quando tudo é mais intenso. Tudo é intenção de dar vazão aos melhores momentos. Gloriosos. Grandiosos. Grandiloquentes. Loquazes.

A sapiência, neste caso não se faz com argumento. Ao contrário, entre silêncios e, no máximo, sussurros, diz-se mais e faz-se o mais próximo. Quando o olhar fala mais alto sem articular um vocábulo sequer. A boca diz silenciosamente por meio de outras funções. É hora de beijar, mordiscar e tantos verbos correlatos para cortejar quem está afim. A contenda é para a cupidez. Sedução é um lúdico que se projeta melindrosamente.

Na concepção do poema em revés

O âmago do onírico está em não ser interpretado. E a gente quer resolver tudo crendo que traduzir é um caminho bom. Mas não é. Não saber e nem querer descobrir devem ser buscados em gerúndios eternos. O verbo se faz um acessório inútil. O nu é mais útil. Despido de palavras e silogismos, tudo se faz carne. Materializa-se a plenitude dos ajuntamentos. Detalhes que alcovas não devem deixar escapar nenhuma réstia.

Quando a dominadora abre seus domínios para ser dominada temporariamente, é o júbilo dos felicitados. E grande parte dos escolhidos nem percebe que a porta está aberta. Escancarada. Basta tirar o véu que engana para tornar tudo mais gostoso.

Aos incautos: se uma fórmula de aproximação deu certo uma vez, não seja indolente. Tente de outra forma, pois é pouco provável que se repita a aceitabilidade. É preciso repertório. A não ser que ela queira repetir para deixar se ver com o objetivo de travar a mitigação das coletâneas de feitiços. Enlaçando um imprevidente para pegá-lo em seus arroubos de ensimesmação.

O acervo dos seres majestosos, provedores de vida é de dimensão incalculável. Nem se meta a querer desenredar o inexpugnável. A natureza exploradora dos homens não serve para este terreno. Nele, o caçador vira presa. A predadora veste-se na pele de caça, mas é para engolir no momento certo, sem piedade.

E quer saber? Já foi muita informação. Seria um imenso desserviço adentrar mais ainda no reino da espeleologia. Neste campo vasto, ninguém tem que se achar. Distintamente, feliz é quem se perde. Não há mapas. A mutação é permanente. Se encontrou uma vereda que levou ao prazer do encontro uma vez, não quer dizer que acerte o caminho usando a mesma trilha. Deixo apenas uma pista: o cangote. Nuca é nunca mais faltar alimento.

A pegada conta muito. Táctil é o venturoso que sabe ser veludo e áspero sem arranhar. Tudo é sonho e capricho. Capaz da excentricidade ser mais sortuda do que qualquer simulação de perspicácia. Aliás, sábio é quem se faz de desentendido. Deixará um recado de retorno, porque é disso que gostam. A ousadia é dissimulada de frágil, quando na verdade é tonitruante. A página em branco diz mais do que um volume imenso. Uma saga. Épica!

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