Diálogos (im)possíveis

- O que é que você acha de tudo o que está acontecendo?

- Eu tenho que achar alguma coisa?

- Sei lá. Diz algo aí.

- Primeiro, eu não perdi nada. Portanto, não tenho nada o que achar. (risos)

- Sem brincadeira, tá?!

- Tá bom! Na verdade, eu acho graça.

- É mesmo? O que é engraçado?

- Tudo. Fico impressionado com a capacidade das pessoas em construir discursos contra e a favor de causas afins, de acordo com suas conveniências.

- Como assim?

- Olha só como há um desgaste de energia tão grande entre as defesas e ataques para apontar quem é santo e quem é Satã. Ninguém quer o papel de vilão e todos querem se passar por vítima.

- É mesmo. O que você acha que vai dar isso tudo?

- É um processo intestinal. Uma limpeza profunda. São caminhões e caminhões de Big Jato para sanear as fossas estouradas, mas vai ficar limpeza, no final.

- O final tá longe ou perto?

- Não sei. Mas que vai haver um desfecho, com certeza. Creio que não demora tanto.

- E sobre a jararaca, tem que matar batendo na cabeça?

- Não acho que tem que matar jararaca nenhuma. Sou a favor de deixar o bicho solto. A jararaca é um bicho silvestre e deve viver em paz no seu habitat.

- Mas se ela picar alguém?

- Certamente foram mexer com ela. Tem que pegar o bicho e devolver para a natureza. Ou então capturar e levar ao Instituto Butantã e aproveitar para fazer soro antiofídico, evitando mortes desnecessárias por picadas fortuitas.

- Você acredita na inocência dos envolvidos?

- Só acredito na inocência das crianças.

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