WELLINGTON DIVERGE DA OPERAÇÃO TOPIQUE

Wellington discorda de denúncias (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O governador Wellington Dias (PT) disse nesta segunda-feira (4) ter toda segurança de que não houve superfaturamento nos contratos do serviço de transporte escolar do Piauí. A fala do petista vai na contramão das constatações feitas no âmbito da Operação Topique, que investiga a atuação de uma organização criminosa no transporte de estudantes no Estado.

"O que eu afirmo é que, primeiro: eu tenho toda a segurança de que não houve superfaturamento. Aquilo que é pago por quilômetro é pago com base em um parâmetro nacional. O que o Piauí pagava aqui era o que pagavam os municípios e qualquer estado brasileiro. Mas nós modificamos [agora é pago por aluno e não por quilômetros rodados] e na minha visão nós estancamos de vez qualquer possibilidade de problemas", falou.

Em 2017, o governo mandou para a Assembleia Legislativa uma proposta que modificou a forma de pagamento do serviço de transporte escolar. Ao invés de pagar por rotas, levando em conta os quilômetros rodados, o estado passou a pagar por aluno. Wellington entende que a mudança estancou qualquer chance de fraude, mas mesmo assim assegura que antes da modificação também não houve superfaturamentos, como apontam as investigações.

A segurança que o governador diz ter contraria as constatações da Operação Topique. A força tarefa aponta que além de fraudar licitações, desviar recursos e fazer subcontratações irregulares, o esquema no transporte escolar superfaturava valores em contratos com a administração pública, tanto do governo do Estado quanto em alguns municípios.

Dias alerta para presunção da inocência (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O governador também defendeu que a presunção da inocência seja respeitada com relação aos acusados pela Operação Topique, inclusive a servidora da Secretaria Estadual de Educação, Lisiane Lustosa Almendra. Ela é uma das denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostamente atuar em conluio com empresas envolvidas no esquema.

"O que eu tenho que dizer e sempre tenho dito é que aprendi a não pré-julgar. Nem a servidora, nem os empresários e nem qualquer pessoa. Eles têm o direito de defesa, de apresentarem suas razões e espero que, a rigor, cada um tenha olhado para o aspecto da legalidade em cada contrato que fez. Portanto, prefiro esperar terminar todo esse processo. Já vi muita gente ser presa e depois ser colocada como inocente. Então, é hora do Brasil aprender a lidar com a presunção da inocência. Eu, como um democrata, considero toda pessoa inocente até prova em contrário", falou o petista.

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