WELLINGTON DIAS E A TURMA DO PFL

Antigos pefelistas são seguidores de W.Dias (Fotos: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O governador Wellington Dias (PT) se elegeu pela primeira vez em 2002, após uma vitória histórica sobre o então governador Hugo Napoleão (PFL). Chegava ao poder um homem de origem simples, nascido no semiárido, simpático e afável no trato com as pessoas.

Político de esquerda, ele era um combativo crítico do PFL e das forças que dominaram o Piauí por muito tempo. Depois de Mão Santa, na ainda mais histórica eleição estadual de 1994, o petista também ficou conhecido como alguém que combateu a oligarquia política do Estado.

Passados 16 anos, Wellington agora tenta chegar ao quarto mandato de governador, algo que nenhum membro das forças oligárquicas conseguiu. Mas, para isso, deixou de ser aquele homem combativo e se uniu a muita gente do então PFL que ele enfrentava.

Nas eleições deste ano, uma boa parte dos principais aliados do governador é oriunda daquele velho PFL de guerra que ele tirou do poder em 2002. E não são aliados periféricos. Tem gente até na chapa majoritária do petista.

O mais importante deles é o senador Ciro Nogueira, hoje no Progressistas. Aliado crucial no projeto de reeleição de Wellington, Ciro iniciou sua carreira política no PFL, onde foi eleito deputado federal por três mandatos, inclusive em 2002, quando Wellington chegou ao poder.

Outra eminente figura do antigo PFL que hoje está aliada com Wellington Dias é o deputado federal Júlio César Lima, atualmente no PSD.  Júlio se elegeu deputado federal quatro vezes pelo PFL. Em 2002, quando Wellington venceu Hugo Napoleão, Júlio César, do PFL, foi o segundo deputado federal mais votado.

Wellington ao tomar posse no governo em 2003 (Foto: Reprodução/TV Cidade Verde)

Outro com sangue do PFL nas veias que está abraçado com Wellington Dias é o deputado federal Paes Landim, agora filiado ao PTB. Landim está no Congresso Nacional desde 1987 e ganhou cinco eleições pelo PFL. Em 2002, era aliado do governador Hugo Napoleão quando Wellington Dias derrotou seu grupo político e chegou ao poder.

Na Assembleia, nomes que fizeram história no PFL também foram acolhidos por Wellington Dias depois que o petista chegou ao poder. Um deles é Fernando Monteiro, hoje no PRTB. O deputado estadual é o decano da Casa, com oito mandatos consecutivos. Desses oito, seis foram pelo PFL. Em 2002, viu seu candidato Hugo Napoleão perder para Wellington Dias. 

Wilson Brandão também estava no velho PFL de guerra quando Wellington Dias ascendeu ao poder em 2002. Com sete mandatos consecutivos na Assembleia, os cinco primeiros foram pelo Partido da Frente Liberal que o PT combatia de forma dura e sem piedade.

Várias lideranças do interior e alguns suplentes de deputado estadual que fizeram história no PFL também estão abraçadas com Wellington Dias. Hoje no MDB, o pré-candidato a deputado federal Ismar Marques também fez história na Frente Liberal, sendo eleito deputado estadual duas vezes pelo partido e ficando na suplência em outras ocasiões.

O ex-prefeito de Parnaíba e ex-deputado estadual Zé Hamilton, convocado a assumir o cargo na condição de suplente na atual legislatura, também figurou por um bom tempo no PFL. Quando foi eleito prefeito da cidade litorânea pela primeira vez, em 1992, ele era do partido.

Se tem uma coisa que Wellington Dias não pode, jamais, dizer que não prestava, essa coisa chama-se PFL. Poucos trataram tão bem os pefelistas como ele.

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