O Sindicato dos Servidores Municipais de Coronel José Dias, a 548 km de Teresina, afirma que profissionais da educação estão sofrendo retaliações políticas no município. Conforme o presidente da entidade, Sócrates Silva, professores que não votaram no atual prefeito Manoel Oliveira, o Maninho Atacadista (PSB), tiveram o segundo turno de trabalho retirado e acabaram tendo impacto na remuneração.

Esse tipo de redução com perdas nos vencimentos é rotineiramente contestada por entidades sindicais no país. Segundo o sindicato de Coronel José Dias, o concurso público que admitiu os docentes estipula carga horária de 20 horas, mas o Plano de Carreira dos Professores do município prevê que aqueles com mais tempo de concurso possam ter a carga horária estendida, passando, assim, a ter uma remuneração maior. No entanto, a entidade diz que só é contemplado com mais de 20 horas quem votou no gestor.

“Os professores que votaram no prefeito estão com a carga horária estendida para 30 horas ou 40 horas e ganhando mais. Já os que não votaram ficaram só com as 20 horas do concurso. O Plano de Carreira diz que em caso de necessidade pode ser estendido para 40 horas, priorizando os professores de concursos mais velhos. Só que ele não respeita o plano de carreira”, afirma Sócrates Silva.

Ainda conforme o sindicalista, a perseguição foi denunciada ao Ministério Público Estadual em 2015 e uma nova denúncia deve ser feita após a atitude da gestão nos primeiros meses de 2016. “Nós do Sindicato prezamos por uma isonomia salarial, que todos tenham os mesmos direitos e sejam tratados da mesma forma, independente da sua opção política”, falou o presidente do Sindicato.

Dos cerca de 70 professores da rede municipal, ele diz que aproximadamente 30 estariam sendo vítimas das supostas retaliações, inclusive com lotação em localidades distantes das suas residências. Segundo o sindicato, em alguns casos, a diminuição da carga horária chega a impactar em até R$ 1 mil a menos na remuneração. O sindicato diz ainda que os servidores possuem três abonos de férias em atraso, um deles deixado por um ex-gestor.

OUTRO LADO
O Política Dinâmica tentou ouvir a Secretaria de Educação de Coronel José Dias desde a terça-feira (14), mas a secretária Teresinha Ventura disse que só poderia falar sobre o caso na quarta-feira (15). A reportagem voltou a ligar no horário marcado, no entanto, ela não atendeu as ligações. À tarde, a ligação foi atendida e ela adiou novamente, dizendo que falaria nesta quinta-feira (16). Nesta data, o telefone estava indisponível.

O prefeito Maninho Atacadista também foi procurado para comentar as declarações do presidente do Sindicato dos Servidores, mas ele também não atendeu as ligações.