A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que votaria o projeto que prevê aumento de impostos terminou com muito bate-boca e confusão nesta terça-feira (24). Em um certo momento, os deputados Evaldo Gomes (PTC) e Robert Rios (PDT) por pouco não se agrediram fisicamente e tiveram que ser contidos pelos colegas.
A oposição tentou a todo custo obstruir a votação e Evaldo, que preside a CCJ, queria votar o projeto. Após muito bate-boca, os oposicionistas alegaram que o Regimento Interno estava sendo descumprido por conta do início da sessão plenária. Pela norma da Assembleia, nenhuma reunião nas comissões pode ocorrer simultaneamente às sessões do plenário.
Sem ter o que fazer diante do barulho provocado pela oposição, Evaldo suspendeu a reunião a contra-gosto. O parlamentar disse que foi agredido verbalmente e desrespeitado por Robert Rios e exigiu respeito à presidência da Comissão. Microfones chegaram a ser desligados e as luzes da sala da CCJ apagadas em meio à confusão entre os deputados.
"A democracia permite debate e discussão, mas também exige também que haja respeito. Foi uma reunião onde fomos agredidos com palavras e xingamentos. Eu acho que, na condição de presidente, apenas estou conduzindo o processo e em nenhum momento eu disse que deveria votar sim ou não o projeto. Aqui tem deputados que não querem votar o projeto e partem para o lado agressivo, de xingamentos às pessoas", desabafou Evaldo Gomes.
Na galeria, empresários e manifestantes gritavam o tempo todo e xingavam os deputados aliados do governo. Por ser o presidente da Comissão, Evaldo Gomes era o maior alvo dos xingamentos que partiam de todos os lados. O líder do governo, deputado João de Deus (PT), foi diversas vezes chamado de "João do Cão".
"O que vimos aqui foram agressões, xingamentos e ofensas. Eu não vou entrar nesse tipo de jogo até porque eu tenho uma postura e uma história de vida. Todo mundo presenciou ele [Robert Rios] dizendo que ia ma agredir e me esbofetear. Não precisava isso", disse Evaldo.
A oposição nega que tenha havido ameaças de agressão e acusa Evaldo Gomes de querer atropelar o Regimento Interno para votar o projeto de lei a todo custo. "É uma pena a gente ver deputados da base governista defenderem uma massacre ao povo do Piauí", disse Rubem Martins (PSB) se referindo ao aumento de impostos.
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