Antes de anunciar o voto que sacramentou a derrota do governo no julgamento da licitação da subconcessão da Agespisa, o conselheiro Luciano Nunes fez um desabafo. Ele condenou a atitude do governo estadual de recorrer à Justiça para impedir a atuação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no caso.

“Fiquei tonto quando vi uma ação na Justiça proibindo o TCE de exercer sua função. E o pior, já com a votação em andamento. Tomei um susto. Não precisava o cara cercear a ação do TCE para no outro dia assinar o contrato”, desabafou o conselheiro.

Luciano Nunes disse que aproveitaram o pedido de vista dele no processo e levaram a questão para a Justiça antes que a Corte de Contas concluísse o julgamento e proclamasse o resultado. “As vezes a emenda sai pior que o soneto”, completou.

Em março, o governo do Estado entrou com uma ação no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) e barrou a tramitação do processo no TCE quando faltava apenas Luciano Nunes votar. Com uma liminar favorável, o contrato entre governo e Aegea foi assinado logo em seguida.

Nesta quinta-feira (9), após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), os conselheiros retomaram o julgamento e Luciano pôde, enfim, apresentar o seu voto-vista. Ele seguiu o que a maioria já havia decidido e votou pela anulação da licitação.