Em 2016, o Partido dos Trabalhadores (PT) taxou de golpistas os deputados e senadores que votaram a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O partido não se conformava principalmente com os aliados que se debandaram e ajudaram a destituir a petista. No Piauí, Ciro Nogueira (PP) foi o mais sacrificado com a pecha de golpista.

Os petistas mais raízes não aceitavam o fato do senador ter sido infiel com Dilma, depois de até ter beijado a mão da então presidente e prometido fidelidade. Mas, passados três anos do impeachment, surge uma situação curiosa. No Piauí, alguns petistas estão sendo alvos de processos de expulsão ou advertência por não terem sido fieis à chapa majoritária do governador Wellington Dias (PT) em 2018. Ciro Nogueira, destaque-se, estava nessa chapa.

Conforme explicou o vereador teresinense Dudu (PT), se forem denunciados formalmente junto à direção estadual do partido, devem enfrentar o processo de expulsão aqueles que não votaram no governador ou deixaram de votar na chapa completa. Já nos casos em que o petista deixou de votar apenas em um dos candidatos a senador, será aplicada uma advertência. Ou seja, se um petista deixou de votar em Ciro Nogueira, poderá ser advertido.

Não é fácil entender. Ciro foi infiel com Dilma e por isso virou golpista aos olhos do PT. Agora, os petistas que foram influenciados a chamar o infiel Ciro de golpista podem sofrer advertência do PT por não terem sido fiéis a ele na campanha de 2018. Dá pra entender?