O prefeito cassado de Manoel Emídio, Zé Medeiros (PP), disse na terça-feira (6) que seu impeachment feito pela Câmara Municipal foi golpe. Ele é acusado de irregularidades na aplicação de recursos da Educação e acabou sendo retirado do poder após seis vereadores votarem pela cassação. Entre eles está uma então aliada, do mesmo partido dele e mulher do vice-prefeito. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), por meio do desembargador José James Pereira, validou a decisão da Câmara na segunda-feira (5).

"Foi um golpe bem claro. Não só golpe, como também uma traição muito grande. Talvez no início do mandato, em 2017, eles já estavam montando esse esquema para cassar a minha pessoa como prefeito. O Regimento Interno da Câmara diz que para montar o impeachment precisa de dois terços, mas lá no artigo 242 diz que o cônjuge, no caso dela que é mulher do vice, não podia votar. Então se ela votou é porque foi uma mera perseguição política", disse.

Zé Medeiros voltou a negar as acusações que motivaram sua cassação e disse que fez as reformas de todas as escolas que seus acusadores afirmam que ele não fez, mesmo tendo, supostamente, dado outra finalidade para os recursos oriundos do Fundeb. Como o vice-prefeito é do mesmo partido, Zé Medeiros ainda tentou, através do senador Ciro Nogueira, reverter a situação antes que a Câmara concretizasse o impeachment.

"Eu pedi a ele para ver [tentar] uma situação de conversa, porque todos estão no mesmo partido. Ele disse que não ia interver até porque todo mundo é do mesmo partido, que era para a gente manter a calma e deixar que o tempo resolvia. Então ficamos assim e vamos esperar o resultado da Justiça, porque Justiça você tem que respeitar. A Justiça está acima de tudo", encerrou o agora ex-prefeito de Manoel Emídio.