OPOSIÇÕES DENUNCIAM SUPOSTA MANOBRA NA OAB-PI

Advogados questionam postura da direção (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Um grupo de advogados das chapas de oposição na disputa pela presidência da OAB-PI foi até a sede da instituição na manhã desta sexta-feira (16). Eles exigem a análise das impugnações feitas à Comissão Eleitoral, que estava sem presidente desde a renúncia do advogado Antônio Carlos da Costa e Silva, que saiu após uma das chapas oposicionistas ter entrado com pedido de suspeição por ele supostamente ter ligações com a atual gestão.

SURPRESA
Chegando lá, o grupo de advogados foi surpreendido com a informação de que um novo presidente havia sido nomeado para a Comissão Eleitoral. Segundo os oposicionistas, o novo presidente, o advogado Diego Brígido, também tem ligações com a atual gestão da Ordem e com a Chapa 1, encabeçada pelo advogado Lucas Villa. Eles denunciaram que se trata de mais uma tentativa de favorecimento à chapa de Villa e cobram que Diego Brígido renuncie.

Novo presidente ouviu pedidos de renúncia (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Os advogados denunciam ainda que o novo presidente da Comissão Eleitoral é ligado à Prefeitura de Teresina e tem contrato direto com o Instituto de Previdência do Município (IPMT). O escritório de Lucas Villa também possui contrato com o instituto. A relação é questionada, ainda, porque Diego foi estagiário do advogado Fernando Said Filho, filho do secretário de Comunicação da Prefeitura Fernando Said, que é muito ligado a Lucas Villa.

De acordo com o advogado Chico Couto, membro da Chapa 4 encabeçada por Celso Barros, a atual direção da OAB-PI usa seus poderes externos, como a Prefeitura de Teresina e até o governo do Estado, para interferir no processo eleitoral e beneficiar o candidato da situação.

Chico Couto condena postura da presidência (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

"Infelizmente o que se vê são atos do presidente e da diretoria da OAB tentando de todos os modos boicotar esse processo eleitoral. Em todo momento são nomeadas pessoas para representar o candidato da situação, apoiado pelo atual presidente Chico Lucas, com relações muitos próximas à chapa 1. Foi nomeado aqui o Dr. Diego Brígido. Ele representa o escritório que foi contratado pelo Instituto de Previdência do Município de Teresina", falou.

CANDIDATO PROMETE REAÇÃO
O advogado Carlos Henrique, candidato a presidente na Chapa 2, também esteve na sede da instituição e ficou surpreso com a nomeação do novo presidente da Comissão Eleitoral. Ele discutiu com outros advogados oposicionistas a possibilidade de pedir intervenção do Conselho Federal da OAB para nomear uma espécie de interventor para o posto de presidente da Comissão, visto que os nomes escolhidos, na visão dele, não são isentos.

Carlos Henrique cobra eleição com isenção (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

"O que a gente está querendo, inclusive, é ver a possibilidade de termos um representante indicado pelo Conselho Federal para que o pleito seja mantido no dia 24, mas que possa ter a isenção necessária para que a democracia prevaleça e tenhamos um presidente da Comissão Eleitoral sem vinculações com nenhum dos candidatos", explicou.

NOVO PRESIDENTE SE DEFENDE
O advogado Diego Brígido, cuja nomeação é contestada, afirma que as acusações não têm fundamento, mas admitiu ter contrato com a Prefeitura de Teresina e ter sido estagiário de Fernando Said Filho. Apesar disso, não vê esses fatores como motivo de suspeição. Segundo ele, a insatisfação da oposição ocorre devido ao acirramento da disputa política.

"Eu não vejo nenhum sentido nessa acusação. Como é política, normalmente acontece isso [a contestação]. Eu tenho um contrato com a autarquia municipal, com o município de Teresina. Eu creio que isso não afeta em nada", falou ao ser questionado pelo Política Dinâmica.

Diego Brígido é pressionado por advogados (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Lucas Villa, candidato da Chapa 1, teve sociedade com a família de Said em um conceituado escritório de advocacia de Teresina, o "Cordão, Said e Villa - Sociedade de Advogados". Com a sala da Comissão Eleitoral tomada de advogados, Diego Brígido ouviu apelos para que deixe o posto. Mesmo acuado, ele não deu demonstrações de que vai renunciar.

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