IMAGEM DO TCE-PI SÓ PIORA

Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O bate-boca com troca de farpas e acusações entre o conselheiro Luciano Nunes e a conselheira Waltânia Alvarenga numa sessão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) na semana passada enfraquece ainda mais a imagem de um tribunal já enfraquecido. Todos ficaram surpresos pelo fato daquela discussão, naqueles termos, ter ocorrido ao vivo numa sessão, mas os fatos relatados na troca de farpas não são grande surpresa para a maioria.

Há algum tempo os cidadãos piauienses e mesmo alguns auditores da própria Corte demonstram insatisfação com decisões tomadas pelos conselheiros. E não é necessário que auditores venham a público dizer isso! Basta ver os incontáveis relatórios técnicos em que eles apontam os mais diversos tipos de irregularidades cometidas por gestores públicos e mesmo assim a Corte não acata as recomendações de reprovação de contas.

Aliado a isso, o TCE-PI não costuma ser duro com gestores de grande envergadura no cenário estadual, desde secretários de Estado a chefe de Legislativo. Os resultados dos julgamentos mostram que figuras públicas importantes não enfrentam muitas dificuldades na Corte de contas. Com isso, pode-se imaginar duas situações: ou os gestores públicos no Piauí são exemplos nacionais de correção e honestidade ou o TCE-PI é brando ao julgá-los.

Com uma composição em grande parte formada por políticos (ou ex-políticos se quiserem amenizar), o TCE-PI já traz na sua origem um certo ar de desconfiança. E quando essa composição é aparentemente “mansa” com figuras públicas importantes, naturalmente a desconfiança tende a aumentar. Diante dessa realidade, o TCE do Piauí vive atualmente uma crise de credibilidade. É triste constatar, mas muitos não botam fé no TCE.

Na discussão entre Waltânia e Luciano, a conselheira, irritada com as acusações do colega sobre acobertamento no TCE-PI, chamou ele de velho. Há uma crença popular de que dois segmentos costumam ser sinceros: as crianças e em muitos casos os velhos que já não se importam com as consequências do que falam. Se essa crença for verdadeira, há motivos para dar credibilidade ao decano da Corte, atualmente com 74 anos de idade, prestes a deixar o Tribunal.

Fato mesmo é que o colegiado do TCE-PI está hoje com sua imagem enfraquecida perante à sociedade piauiense, apesar de ali também existirem membros sérios. Para reagir a esse momento, a Corte precisa mostrar que é mais técnica do que política, e agir assim. A discussão entre Waltânia e Luciano pode muito bem ser usada como ponto de partida para uma mudança de postura no Tribunal, afinal, do jeito que está é difícil conquistar algum crédito. 

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