O governador Wellington Dias (PT) falou nesta segunda-feira (29) sobre a recomendação do Ministério Público Estadual expedida esta semana que pede a redução do número de comissionados no governo do Estado. Ele não disse claramente se vai atender a recomendação e preferiu reduzir o impacto dos comissionados nas despesas do governo.

“A gente fez um corte muito amplo em 2015 no início do mandato. Hoje a folha de comissionados representa 2% da despesa com pessoal. Se eu cortar 100% e não tiver nenhum secretário e nenhum presidente de órgão [fica difícil]. O que eu fiz? Congelamos tanto o salário do governador como das áreas comissionadas e mantivemos no mesmo patamar. Agora, não é possível trabalhar uma gestão, seja no setor público ou no privado, sem ter os gerenciadores e as áreas de comando”, falou.

Wellington disse que o Piauí tem, proporcionalmente, a menor despesa com comissionados do país. Ele afirma que na maioria dos outros estados os gastos com esses servidores ficam acima de 5%, enquanto no Piauí só tem 2%. “Eu acho que aquilo tínhamos que fazer nessa área, a gente faz. Estamos trabalhando de, um lado para controle das despesas, mas no outro o da receita. O Piauí teve redução de receitas”, disse.

No início da semana, o Ministério Público do Piauí denunciou que houve um aumento na quantidade de cargos comissionados no estado superior a 500%. O promotor Fernando Santos afirma a elevação ocorreu entre os anos de 2015 e 2017 e afirmou também que praticamente em todos os órgãos estaduais existem mais servidores comissionados do que efetivos. O MP-PI diz ter feito um levantamento que constatou a situação.

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração e Previdência (SeadPrev), diz que o MP-PI errou nos cálculos e nega que tenha havido aumento de 500%.