O secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, voltou a ser protagonista de mais uma discussão esta semana. Em fevereiro, ele já tinha virado destaque após mostrar visível desequilíbrio emocional durante uma entrevista ao vivo na TV Clube. Dessa vez, Daniel bateu boca com aprovados no concurso da Sejus de 2016 numa rede social. Eles reclamavam que após quase dois anos, apenas 25 pessoas, das mais de 300 aprovadas, foram nomeadas.

Daniel Oliveira entrou na discussão e começou a revidar as críticas. O tom adotado nem de longe parece ser o de um secretário de Estado, ainda mais jovem como é o caso de Daniel. Em alguns comentários, ele adotou tom ameaçador e deselegante. Chegou a mandar um dos aprovados "se recolher à sua insignificância". Em outro comentário, mandou a pessoa "parar de falar besteira" e ainda falou, numa outra resposta, que vai "retribuir uma ironia na mesma moeda assim que tiver oportunidade".

O secretário acusou um dos aprovados de mentir e o ameaçou de processo. Ao responder a crítica de uma mulher aprovada no certame, Daniel perguntou "em que planeta ela vive" e ordenou que ela "pare de falar besteira ou coisa que não sabe". Assim como fez na fatídica entrevista concedida em fevereiro à TV Clube, Daniel voltou a dizer que grupos de servidores da própria Secretaria de Justiça atuam para desestabilizar o sistema prisional do Piauí.

O CONCURSO
Quem vê a postura de Daniel, não entende onde ele acha tanta razão para contestar as críticas com essa rispidez. Basta conhecer a história do concurso para saber o motivo da revolta dos aprovados. A primeira prova foi realizada em setembro de 2016 e reaplicada em março de 2017 depois de fraudes terem sido detectadas na aplicação. Foram 316 aprovados, dos quais somente 150 fizeram o curso de formação. É menos da metade.

Como se não bastasse, dos 150 que concluíram o curso de formação, apenas 25 foram nomeados este mês, quase dois anos depois, fato que revoltou os demais aprovados. Diversos protestos na frente do Palácio de Karnak já foram realizados em decorrência da falta de nomeação no certame da Sejus. No entanto, Daniel não acha isso vergonhoso, conforme falou em uma das postagens. Para ele, vergonha seria o Estado atrasar salários e ainda completou que o governo "não trabalha só para quem faz concurso".

CAMPANHA POLÍTICA
Enquanto os aprovados lutam pela nomeação, Daniel Oliveira se dedica ativamente à campanha de reeleição da deputada federal Rejane Dias (PT) e do tio dele, o deputado estadual Dr. Hélio Oliveira (PR). Na noite desta sexta-feira (20), o secretário esteve em Canto do Buriti, a 450 km de Teresina, em um evento político dos dois padrinhos.