EM 100 DIAS, DIAS NÃO TEVE VIDA FÁCIL

Dias só enfrentou problemas até agora (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

O quarto mandato do governador Wellington Dias (PT) completou 100 dias nesta quarta-feira (10). Nesse período, o experiente e simpático petista não encontrou vida fácil. Diferente das últimas três eleições que disputou para o Karnak, onde atropelou com certa facilidade os seus adversários, conduzir o Estado não tem sido, até aqui, um desafio tranquilo.

Nesses 100 dias, professores da Uespi cruzaram os braços, viaturas da PM acabaram o combustível ou "deram o prego" no meio das ruas, moradores de várias cidades protestaram pelas péssimas condições das estradas, terceirizados reclamaram (e reclamam) de vários meses de salários atrasados e o transporte escolar não funcionou em muitos municípios.

Do Tribunal de Contas do Estado (TCE) chegou uma notificação desagradável: o governo de Wellington extrapolou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com isso, a situação só se agravou. A Polícia Federal, em entrevista coletiva, deu outra notícia ruim: a Operação Topique terá novas fases. Não se sabe quando, mas a força-tarefa garante que sim.

Os aliados, principalmente de outros partidos, que não estão nem aí para os problemas alheios, querem saber dos cargos. Cobram do governador os espaços a que entendem ter direitos no governo, como se existisse esse tipo de direito numa gestão pública. Obras estão paradas por todo Estado e ordens de serviço para novas obras estão suspensas por decreto.

Cabe lembrar que esse é também o primeiro início de governo que Wellington não conta com um companheiro do PT no Palácio do Planalto. Aliás, o presidente da República também patinou nesses primeiros 100 dias e ainda não mostrou a que veio. São 100 dias difíceis aqui e lá. Wellington Dias não tem, à essa altura, nem a equipe de governo totalmente definida. No começo parecia ser estratégia, mas a demora demonstra que, na verdade, já é um problema.

Quarta gestão começa com desgastes (Foto: Gustavo Almeida/PoliticaDinamica.com)

De bom, não aconteceu quase nada. Teve a reforma administrativa encaminhada e aprovada na Assembleia Legislativa. Ela poderia ter sido bem maior e mais eficaz, mas, mesmo modesta, vamos dizer que já foi alguma coisa. De resto, foram 100 dias difíceis para Wellington. Apesar das perspectivas não serem as melhores, todo piauiense de bom senso vai torcer para que as coisas mudem e as dificuldades passem. No entanto, é bom o governador sempre andar com água, pois a gestão que começa desidratada vai precisar.

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