PLACAR DE 1X0 E PEDIDO DE VISTA NO TRE-PI

Com placar em 1x0 pela cassação, Fernando Lopes pediu vista (Foto: Jailson Soares)

O julgamento da prefeita de São Raimundo Nonato, Carmelita Castro (PP), do deputado estadual Hélio Isaías (PP), do vice-prefeito Beto Macedo (PT) e de três vereadores do município enfim começou na quinta-feira (23). No entanto, foi suspenso temporariamente após o primeiro voto pela cassação da gestora. Realizada por videoconferência, a sessão judicial começou às 9h, entrou na discussão do mérito já depois do meio-dia e se arrastou até às 19h30. 

O relator do caso, juiz Charlles Max, votou pela confirmação da decisão de primeira instância que cassou os mandatos da prefeita, do vice, dos vereadores e deixou inelegível por oito anos o deputado Hélio Isaías. O voto de Charlles Max foi longo e reconheceu a prática de vários crimes eleitorais cometidos pelos réus na campanha de 2016, quando Carmelita foi eleita prefeita com uma margem pequena de votos em relação ao seu adversário. 

Um dos principais crimes reconhecidos pelo voto do relator foi o uso descabido da Secretaria Estadual de Defesa Civil para beneficiar a campanha de Carmelita. Na época, Hélio Isaías, que é marido dela, era o secretário de Defesa Civil do Estado e executou diversas obras em pleno período eleitoral no município de São Raimundo. Carmelita era candidata de oposição na cidade.

Os réus Hélio Isaías e Carmelita Castro (Fotos: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Após o voto de Charlles, que deixou o placar em 1x0 pela cassação da gestora, o desembargador Fernando Lopes pediu vista. Apesar do processo ser debatido intensamente desde o começo do ano no TRE-PI, o magistrado argumentou que existem divergências a serem sanadas e por isso precisa fazer uma melhor análise do caso. Com isso, o julgamento está temporariamente suspenso até que Fernando Lopes devolva o processo. Ele tem 10 dias para fazer isso.

Fernando Lopes é o mesmo que voltou atrás e mudou o voto numa questão de ordem da defesa dos réus no mês de março, o que contribuiu ainda mais para a demora no início do julgamento do mérito do processo. Antes de pedir vista, o desembargador chamou de "brilhante" o voto do relator Charlles Max pela confirmação da cassação. 

"Eu ouvi as sustentações orais, o parecer do Ministério Público e o brilhante voto do eminente relator Dr. Charlles. Vejo que há muita divergência nas informações que ouvi no decorrer das manifestações e acho que, para ter uma segurança e ir atrás da verdadeira verdade, que é o que o julgador tem que fazer, eu vou pedir vista do processo", explicou.

Comente aqui