DOIS CONTRATOS, A MESMA EMPRESA, O MESMO LOCAL

Hospital de São Raimundo Nonato vai ser ampliado (Foto: Reprodução/Internet)

Por conta da crise do novo coronavírus, o Governo do Piauí agora pretende fazer o que não fazia: ampliar a estrutura dos seus combalidos hospitais regionais. Um dos exemplos é o Hospital Regional Senador Cândido Ferraz, em São Raimundo Nonato, a 530 km da capital.

As cobranças por instalação de pelo menos um leito de UTI no local são feitas há muitos anos. Agora, com a crise, o Governo pretende instalar. Para isso, assinou dois contratos milionários para ampliar o hospital. São contratos sem licitação por conta da pandemia da Covid-19.

Serão duas obras realizadas no mesmo hospital, uma de R$ 5.870.393,84 e outra de R$ 3.111.100,61. A empresa contratada sem licitação para as duas obras é a mesma, a Construtora R. Melo. Um dos contratos é de 19 de maio e o outro do dia seguinte, 20 de maio.

De acordo com o Governo do Estado, a primeira obra, de R$ 5,8 milhões, tem como objetivo ampliar o hospital para criação de espaço de UTI com 10 leitos e outras finalidades. 

A segunda obra, de R$ 3,1 milhões, tem o objetivo de implantar seis novos leitos de enfermaria e dois de isolamento, reformar o ambulatório e consultório e outros serviços que visam melhorar a estrutura para atender pacientes infectados e/ou suspeitos de Covid-19.

A obra mais cara tem prazo de seis meses para ser concluída. Já a de R$ 3,1 milhões tem prazo estimado de três meses, embora a vigência contratual seja de seis meses.

Os prazos começaram a valer na sexta-feira (29/05), quando as ordens de serviço com a construtora R.Melo foram assinadas. Parte dos recursos nos dois contratos é de emenda orçamentária do senador Marcelo Castro (MDB), de quando ele foi ministro da Saúde. Castro é natural de São Raimundo e tem apoio de vários políticos de cidades da região.

Juntos, os dois contratos somam quase R$ 9 milhões. Dinheiro pouco, não é! A ampliação do hospital é boa e necessária para a região. Por outro lado, é interessante um olhar atento na execução dessas obras com valores tão vultosos em um mesmo local. Vigiar não custa nada.

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