O Palácio de Karnak recebeu nesta quinta-feira (26) o lançamento do novo mapa da região ecológica dos babaçuais, produzido pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA) em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). O levantamento tem por objetivo fazer o mapeamento social da presença das quebradeiras nas áreas de babaçuais do Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins.

Durante o evento, uma carta foi lida por uma representante dos movimentos de defesa das quebradeiras de coco. No texto, eles condenam a região do Matopiba, nome dado à fronteira agrícola que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Ao discursar, o governador Wellington Dias (PT) discordou da crítica e defendeu a área.

Ele argumentou que a ex-presidente Dilma Rousseff não instituiria um programa de desenvolvimento de uma região agrícola para prejudicar pequenos trabalhadores e expulsar famílias da área, como afirmou o movimento. Em 2015, Dilma assinou decreto criando oficialmente a região do Matopiba e implantando uma agência exclusiva para impulsionar o seu desenvolvimento.

"Vocês acham que a presidente Dilma iria criar um programa para expulsar pequenos trabalhadores? Os movimentos sociais precisam refletir", falou o governador. Apesar da crítica, Wellington lembrou que os contrários a região já podem comemorar, pois o governo Temer acabou com a área. "Quem era contra pode comemorar, porque acabaram com o Matopiba. Eu não comemoro", falou.

Ao final da solenidade, o governador foi questionado pela imprensa e voltou a falar sobre o assunto. "Eu vi o movimento colocar uma posição contrária ao Matopiba. A minha avaliação é de que aquilo que eles também defendem é justamente o que estava no programa. Ele tinha o objetivo de cuidar da região dos Cerrados e inserir o pequeno proprietário dentro de uma área de agronegócio", falou.