DEPUTADO REVELA RESSENTIMENTO DA BASE ALIADA COM O PALÁCIO DE KARNAK

Deputado afirma que falta atenção do Karnak (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O deputado estadual Júlio Arcoverde (Progressistas) disse nesta terça-feira (31) que o motivo da reunião das lideranças do partido na casa do senador Ciro Nogueira não foi apenas para discutir a postura com relação ao projeto de lei que aumenta impostos. Ele disse que o encontro também foi para "avaliar" a participação do Progressistas na base do governo Wellington Dias (PT). O partido entende que não é tratado como deveria.

"Avaliar que eu falo é como a gente está sendo tratado, as dificuldades que nós estamos tendo na administração estadual. Mostramos que o PP que tem dado sustentação muito forte ao governador. É bom que seja feita uma reflexão, pois em 2014 quando o governador estava passando por um momento de dificuldade, pois tinha sido terceiro colocado na eleição municipal aqui em Teresina, quem deu a mão a ele foi o PP e o PTB. Hoje o maior líder do PTB está rompido com o governador e nós estamos juntos", alegou.

Júlio disse que a postura do PP de votar contra o aumento de impostos já é questão definida e que não volta atrás nem que haja "qualquer tipo de ameaça". Segundo ele, "o compromisso do partido é com a sociedade piauiense". O deputado disse que essa insatisfação também foi levada pela vice-governadora Margarete Coelho ao governador Wellington Dias.

DEPUTADOS SE SENTEM ÓRFÃOS
Além dos fatos relacionados à reunião na casa de Ciro Nogueira, ele também fez desabafos sobre o tratamento que o governo dá à sua base aliada na Assembleia Legislativa. Júlio diz que falta articulação política, que os secretários de Wellington sequer dão as caras no parlamento estadual e revelou que existe um sentimento de insatisfação entre os deputados que dão sustentação ao governo. Para ele, não existe articulação entre Karnak e Assembleia.

"O que está faltando, na minha opinião como presidente estadual do partido, é uma conversa mais política. Eu acho que está faltando uma pessoa, um elo entre o governador e os partidos que dão sustentação à base. Falta uma pessoa que tenha experiência política, que possa auxiliar o governador nessa conversa com a base. Pode ser um secretário de governo ou uma pessoa de articulação política. O que a gente sente aqui na casa, não só o Progressistas, é que falta uma ponte do governo com a Assembleia", disse.

De acordo com Júlio, o governo estadual manda os projetos para a Assembleia, mas nenhum secretário, com exceção de Rafael Fonteles da Fazenda, vai até os deputados mostrar a cara e conversar sobre as matérias. Ele disse que os deputados se sentem órfãos e revela que há um ressentimento pela falta de atenção do Palácio de Karnak com sua base.

"Eu acho que o governador tem dois pilares no governo. Ele e o secretário Rafael, que ainda liga, se preocupa, mas essa função nem é dele. Precisa de uma pessoa que entre para fazer a articulação política. Esse é um sentimento dos deputados e não só do Progressistas. Vocês [jornalistas] vivem aqui e sabem disso. Temos um sentimento de que não tem ninguém, nós estamos órfãos. Somos da base e estamos órfãos. Tem deputado que pede audiência e passa cinco meses para ser recebido. Temos a obrigação de dizer essa verdade. Tem que ter uma mudança de postura. Os deputados se ressentem por isso", falou.

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