O deputado federal Flávio Nogueira voltou a falar nesta segunda-feira (23) sobre a situação dele no PDT. Desde que votou a favor da reforma da Previdência na Câmara, contrariando a orientação partidária, ele e mais sete parlamentares estão suspensos do partido e enfrentam processos de expulsão na legenda. Para Flávio, o PDT está lhe impondo um constrangimento e por isso dificilmente o desfecho será reconciliador.

"Acho que fica muito difícil [ficar no PDT] pelo constrangimento que eu passo. Eu não vou dizer que estou bem acomodado e satisfeito. Sou um líder do partido há 20 anos e de repente você é suspenso. Isso é constrangedor. Para mim é constrangedor", falou.

Nogueira ainda criticou o que considera ser indiferença da direção nacional do partido com os deputados que votaram a favor da reforma da Previdência. Uma carta assinada por eles foi enviada para a direção cobrando um desfecho para o impasse, mas sequer resposta tiveram.

"Nada. A indiferença é também outro ato constrangedor. A gente insiste para que eles deem uma posição, qualquer que seja a posição, mas até agora permanece o silêncio do partido", contou o parlamentar piauiense.

CASSADO

Flávio Nogueira chegou a brincar com a situação que enfrenta no PDT. Questionado se também está afastado da presidência do partido no Piauí, ele disse que não tem sequer a senha para filiar ou desfiliar algum membro no Estado.

"Estou afastado. Eu não tenho nem a senha. Se você quiser se filiar ao PDT eu não posso fazer porque não tenho a senha. Estou cassado", brincou o parlamentar.

CONVITES

O parlamentar prestigiou nesta segunda-feira a filiação do deputado Átila Lira ao Progressistas. Átila foi expulso do PSB por também ter votado a favor da reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido. Assim como ele, o destino de Flávio também pode ser o Progressistas.

"O Progressistas é uma alternativa. É um partido que tem hoje uma boa bancada. Temos a deputada Margarete, a deputada Iracema e agora o Átila. Mas ainda não tenho nada definido. Eu fui convidado por quase todos os partidos, pelos seus presidentes nacionais", informou.