CONDENAÇÃO DE JOICE É ALENTO PARA A BOA POLÍTICA

Deputada federal foi condenada a pagar indenização (Foto: Sérgio Lima/Poder360)

A decisão da 4ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de condenar a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) a pagar R$ 40 mil de indenização à vice-governadora do Piauí Regina Sousa (PT) é um alento para a decência na política. A condenação, dada na terça-feira (24), mostra que política deve ser feita com respeito e nunca com ataques sórdidos ou ofensas rasteiras.

Qualquer um tem o direito de discordar das posições políticas de Regina, do partido dela ou dos aliados dela, mas não se pode descer o nível para o desrespeito e o ataque à sua dignidade. Regina tem sua história [muito bonita, por sinal] e não merecia ser desrespeitada da forma como foi. Na política, é preciso saber respeitar os que estão do outro lado.

Na ocasião dos insultos, a piauiense era senadora e Joice ainda atuava como jornalista, sua profissão. Ao acompanhar uma sessão do Senado na época do impeachment de Dilma Rousseff, Joice chamou Regina de “anta”, “cretina”, “vergonhosa” e “gentalha”. Com total falta de polidez, completou: “É uma semianalfabeta que está falando um monte de asneira”.

Na decisão, os ministros da 4ª turma do STJ entenderam que Joice teceu comentários não relacionados ao conteúdo do discurso que Regina fazia. Eles ainda consideraram as falas de Joice como sendo um ato de zombaria e menosprezo contra a atual vice-governadora do Piauí. As afirmações deploráveis ultrapassaram os limites da crítica e da opinião.

Regina Sousa, vice-governadora do Piauí (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Regina não chegou ao Senado e nem se tornou vice-governadora à toa. Seu espaço foi galgado com dedicação, perseverança e seriedade, características que, aliás, muitos políticos, inclusive do partido dela, não têm. Diferente de Joice, que foi alçada à política por uma onda com prazo de validade, Regina construiu sua história com dificuldades ao longo de muitos anos.

Todos têm a liberdade de criticar ações políticas dela. Podem até tirar onda de algum projeto ou ideia que ela venha a apresentar, mas não se pode, jamais, menosprezá-la enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto cidadã que tem seu espaço na política. Ainda que existam disputas e acirramentos de ânimos, o respeito e a educação devem sempre ser um pilar essencial.

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