CENTRÃO SÓ QUER O PODER

Bolsonaro distribui cargos para políticos do Centrão (Foto: Reprodução/Tá na Área)

O Centrão, grupo de partidos sem ideologia definida e ator principal do “toma lá, dá cá” na política brasileira, está cada vez mais dentro do governo de Jair Bolsonaro. Cargos importantes do segundo escalão federal estão sendo distribuídos pelo presidente para políticos com os mais variados históricos, alguns com a ficha bastante extensa.

O fato do Centrão entrar no governo e abocanhar cargos exatamente nesse momento mostra que o grupo só quer poder e nada mais, sem importar a forma. O governo Bolsonaro vive seu momento mais frágil e complicado. Alvo de denúncias e atolado em confusões, o governo ainda apoia manifestações que defendem o fechamento do Congresso Nacional.

Qualquer sujeito que tenha um pouco de sensatez, talvez esperasse mais um pouco para decidir se entra ou não em um governo que passa por grande turbulência e afunda em impopularidade. Essa não é uma questão aplicável apenas ao governo Bolsonaro, mas para qualquer gestão. Ninguém sobe na canoa e começa a remar antes da tempestade passar.

Mas o Centrão não liga para nada disso. Não importa se o governo é bom ou ruim, se é corrupto ou honesto ou se o momento é turbulento ou não. No horizonte desse grupo de partidos está apenas o poder, o controle de algum gordo orçamento. Não importa crise, não importa nada. Só importa o poder. Escrúpulos neste grupo é coisa de poucos.

Nesta segunda-feira (1º), o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) demonstrou ser um desses poucos. Ele lembrou que o Centrão ignora, por exemplo, o fato do governo endossar discursos que pedem o fechamento do próprio Congresso. Ramos avalia que era necessário mais cautela antes de embarcar num governo que pode ter como objetivo o fim da democracia.

“Só acho que não é hora de flertar com o autoritarismo. O Parlamento pode ser a vítima desse flerte.”, alertou o deputado do Amazonas.

Ramos lembra que o Centrão está indo com tudo para o governo e ignorando o fato de que o projeto final dessa gestão pode ser nociva ao próprio grupo. Em outras palavras, o deputado quer dizer que o Centrão pode estar entrando na própria cova, tudo pela ânsia de poder, ignorando a crise e as atitudes contestáveis do governo.

Essa característica do Centrão, no entanto, já é conhecida. É uma marca do grupo. Em meio a essa ânsia indiscriminada pelo poder, alguns dos seus membros dizem que ter o comando de órgãos no governo é uma forma de ajudar seus Estados. Os bobos acreditam.

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