Os deputados estaduais suplentes tiveram uma surpresa nesta segunda-feira (2) na Assembleia Legislativa do Piauí. Eles deram de cara com os titulares dos mandatos, que resolveram voltar para a Casa. O constrangimento no rosto de alguns foi inevitável.

A volta dos titulares até já vinha sendo ventilada há alguns dias nos bastidores, mas não se sabia exatamente quando seria. Nesta segunda, os seis deputados que estavam em secretarias no governo estadual voltaram para o Parlamento.

A justificativa é que eles vão votar um pedido de empréstimo do governo que deve chegar à Assembleia esta semana. Os valores da operação de crédito serão destinados para obras de infraestrutura nos municípios, o que interessa aos deputados e suas bases.

O deputado estadual Wilson Brandão (Progressistas), que estava no comando da Secretaria de Mineração, falou com os jornalistas e explicou o retorno. Ele ainda mencionou que os titulares devem ficar para a discussão sobre o orçamento de 2020.

“Estamos voltando com o intuito de discutir a mensagem que o governador vai enviar esta semana ou na próxima. Ela trata de um novo pedido de empréstimo, dentro das exigências do Tesouro Nacional. Como se trata de um empréstimo para obras de infraestrutura, é mais correto que estejamos aqui para discutir interesses dos municípios onde fomos votados”, falou.

De acordo com Wilson, a situação foi comunicada ao governador Wellington Dias (PT). “Claro que, por atenção ao governador, nós tivemos que conversar com ele para explicar essa situação. Foi tudo encaminhado para o Palácio de Karnak e agora viemos comunicar a presidência da Assembleia. Isso nos ajuda a discutir o orçamento de 2020”, disse.

SITUAÇÃO É VISTA COMO PROBLEMÁTICA
A volta surpresa dos titulares para a Assembleia Legislativa é encarada como um problema dentro da base do governo. O deputado estadual João Mádison (MDB) defende que haja uma conversa do governador com todas as partes para encontrar uma solução.

“Isso pode ser resolvido e dialogado com o governador. Os suplentes estão aqui há algum tempo, têm seu projeto político e nós precisamos deles também. Como não tem mais coligação é importante fortalecer os suplentes. Acho que o governador tem que ouvir os titulares, ter uma conversa com o secretário Osmar Júnior e buscar a solução para esse problema”, sugeriu.

BELÊ ESPERA INTERVENÇÃO DO GOVERNADOR
A deputada estadual Belê Medeiros (Progressistas), uma das suplentes no exercício do mandato, disse que Wellington Dias é o líder principal e acha que ele vai resolver a situação.

“Está tudo sob controle, nada de problema. O governador é o chefe nº 1 desse processo e vai ser habilidoso para resolver. Eles [os titulares] têm esse direito, o mandato é deles. Se entendem que não devem ficar lá [nas secretarias], nem nós e nem o governador podemos impedir. Mas as coisas serão resolvidas da melhor maneira possível”, acredita Belê.

Voltaram para a Assembleia os deputados Wilson Brandão (Progressistas), Flávio Nogueira Júnior (PDT), Zé Santana (MDB), Pablo Santos (MDB), Fábio Novo (PT) e Janaínna Marques (PTB). Deixam a casa dos suplentes Warton Lacerda (PT), Cícero Magalhães (PT), Ziza Carvalho (PT), Belê Medeiros (Progressistas), B. Sá (Progressistas) e Elisângela Moura (PC do B).

O vai-e-vem constante de suplentes e titulares já virou uma marca da Assembleia do Piauí.