A SERTANEJA PODE VOAR MAIS ALTO

Margarete pode ser vice de Geraldo Alckmin (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

Desde que o Centrão, grupo de partidos composto por DEM, PRB, PR, Progressistas e Solidariedade, fechou acordo com o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), a imprensa nacional repercute que a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho, é uma das cotadas para ser vice-presidente na chapa do tucano. Ela é uma indicação do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas e figura crucial nas articulações do Centrão.

Por enquanto, trata-se apenas de uma possibilidade que está sendo discutida, mas a lembrança do nome dela num contexto político nacional faz emergir algumas considerações. De competência reconhecida, carisma e um grande sentimento de pertencimento com sua região, Margarete reúne qualidades para ser digna desse espaço para o qual seu nome tem sido cogitado. Além do mais, se isso se concretizar, será uma bela manobra do destino.

Primeira mulher a chegar ao posto de vice-governadora do Piauí, Margarete é considerada, pelo menos por aqueles mais racionais, como uma das figuras mais atuantes a passar pelo cargo. Apesar disso, sua atuação protagonista não ganhou o devido reconhecimento por parte do governador Wellington Dias (PT), que a tirou da chapa majoritária de reeleição alegando a adoção de um critério político que ele mesmo descumpriu em seguida.

Ela foi a primeira vice-governadora do Piauí (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

No Piauí, todos acompanharam a luta de Margarete e do seu partido, o Progressistas, para que ela permanecesse na chapa do petista. Na imprensa, não se falava em outra coisa senão "quem seria o vice". Teve movimento de prefeitos, teve discursos inflamados, teve adesivos com o #ficamargarete e tudo mais. No entanto, a vice-governadora foi sacada da chapa, justamente ela, que ainda dá leveza a um governo que enfrenta grande desgaste.

Sem a vaga, Margarete partiu para uma pré-campanha de deputada federal difícil, já que, faltando apenas três meses para a eleição, conquistar bases eleitorais disputadas com unhas e dentes não é uma tarefa fácil. Eis que, de repente, a sertaneja de São Raimundo Nonato, renegada na chapa do petista Wellington Dias, pode ser alçada ao posto de vice-presidente da Brasil, caso venha a ser escolhida e, obviamente, se Alckmin vencer as eleições.

No Piauí, uma possível escolha dela tem impacto na eleição estadual. Apesar do partido de Margarete estar com Wellington Dias e ter ajudado a sustentar o governo do petista, a sigla estará num palanque presidencial oposto, justamente no lado tucano.

Quando Alckmin vier ao Piauí, lá estará Margarete junto com ele. Isso deve acontecer mesmo que ela não seja a vice, já que o Progressistas é hoje o principal partido do bloco que fechou apoio ao tucano. Mas se ela for vice, a cena ganhará uma simbologia maior. Luciano Nunes (PSDB), pré-candidato a governador do Piauí, também estará no palanque de Alckmin. Ou seja, ainda poderemos ver Margarete e Luciano no mesmo palanque nas eleições deste ano.

Margarete é natural de São Raimundo Nonato (Foto: Jailson Soares/PoliticaDinamica.com)

O certo é que, se Margarete for escolhida, os piauienses certamente vão aprovar, assim como demonstravam em pesquisas internas para o cargo de vice-governadora. 

No sertão do Piauí, de onde ela orgulhosamente é natural, fala-se que "quando uma porta se fecha, Deus abre duas". Margarete não ganhou a vaga de vice na contestada gestão de Wellington Dias, mas pode ser protagonista na cena nacional, justamente num momento em que o país precisa de lideranças que estimulem o diálogo, a coerência na adoção de critérios e a conciliação entre os brasileiros. Nesse quesito, a sertaneja manda bem.

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