Ex-governador do Piauí e candidato a senador, Wellington Dias (PT) não poupou críticas ao seu principal adversário político no estado, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), aliado do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala de Wellington aconteceu durante evento denominado “Vamos Juntos Pelo Brasil e pelo Piauí” que recebeu o ex-presidente e candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), nessa quarta-feira (03/08) em Teresina.

Em um momento de seu discurso no palanque, Wellington enumerou resultados de suas gestões como legados positivos de sua passagem pelo Governo do Estado, como, por exemplo, ter realizado a ligação asfáltica entre os 224 municípios do Piauí. Em seguida, emendou um ataque a Ciro Nogueira, alegando que, na condição de ministro, o adversário impede que recursos federais chegeuem ao estado. “Um Estado organizado e que não anda mais de pires na mão. E, veja, com um Governo [Federal], todo dia trabalhando contra esse estado. Aqui, a bancada federal, Marcelo Castro, Fábio Abreu... Aqui, o deputado Flávio Nogueira, Júlio César, Marcos Aurélio, Merlong Solano, a deputada Rejane Dias (...), colocam emendas, colocam recursos, e aí tem aqui um piauiense num ministério [referindo-se ao ministro Ciro Nogueira] trabalhando pro dinheiro não vir (...)”, criticou Dias, nominando os parlamentares federais ao seu lado como se cada um dele fosse testemunha contra Ciro.

Sabendo da raiva que hoje Ciro Nogueira nutre por Marcelo Castro, o ex-governador não perdeu a chance de comparar os dois para ressaltar as críticas ao ministro de Bolsonaro. “Marcelo Castro foi ministro da nossa querida Dilma [Rousseff, ex-presidente do Brasil], ministro da Saúde. Botava aqui recursos em 224 municípios, independente do partido, porque é assim que você trabalhou, é assim que você nos ensinou, na mesma forma a gente faz aqui”, estocou Wellington.

ALIANÇA COM GERALDO

Wellington Dias ainda parabenizou Lula pela aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que agora é candidato a vice-presidente na chapa do petista. “Esse gesto seu, de ir lá, num tal de Geraldo Alckmin, ele é um gesto extraordinário. Você concorreu aqui com o próprio Geraldo Alckmin em 2006, e veja, ali naquela eleição, disputaram [um contra o outro] no Brasil. E agora, vendo a situação do Brasil, (...) junto com Geraldo Alckmin, quatro vezes governador do estado mais populoso e economicamente mais importante do Brasil, numa hora que o Brasil precisa muito disso, (...) [une forças] com líderes diversos que têm diferenças diversas com o nosso partido, mas que estão aqui pelo Brasil”, ressaltou Wellington.