Vice-governadora defende políticas transversais para mais segurança

por Francicleiton Cardoso e Marcos Melo

O caso de estupro contra quatro meninas na cidade de Castelo do Piauí, ontem (27), tem repercutido dentro do governo. A crise de segurança em que o Piauí está alocado tem gerado discussões mais acaloradas sobre o assunto. Para a vice-governadora do Estado, Margarete Coelho (PP), em entrevista ao programa Clube no Ar, da Rádio Clube FM, as ações de prevenção ainda não são suficientes, muito embora ela defenda que uma reorganização incluindo educação, segurança e saúde é cada vez mais importante para diminuir os índices de violência, em especial a violência contra a mulher.

"Nós temos que pensar em políticas transversais, que passem pela educação, segurança, saúde", afirma vice-governadora sobre violência contra a mulher. (Foto: Marcos Melo / Política Dinâmica)

“Infelizmente as ações preventivas não têm cuidado ainda, nem sido eficiente para a proteção das mulheres na sociedade. A mulher continua sendo o animal mais perseguido do planeta. Nós temos que pensar em políticas transversais, que passem pela educação, segurança, saúde. Mas temos também que colocar a mão na consciência e saber que tipo de homem estamos criando. No momento que se diz que homem não chora e que mulher é que trabalha em casa, cria uma superioridade para homens”, afirma a vice-governadora, que é advogada.

De acordo com Margarete, o caso está sendo tratado com especial enfoque dentro do governo. Uma equipe especializada e multidisciplinar está acompanhando as vítimas e a família de cada uma delas para diminuir a problemática em tono do incidente.

“Várias mães e famílias chocadas. Quatro meninas torturadas físico e psicologicamente, e uma clara tentativa de homicídio e um estupro realizado. Nós estamos fazendo o possível para que essas meninas recebam o tratamento necessário do Estado, para que elas não sejam mais uma vez vitimizadas no próprio atendimento do Estado. Estamos providenciando uma equipe multidisciplinar, pedimos para que os peritos que acompanham o caso sejam mulheres, para que os delegados também sejam mulheres. Criar um ambiente propício para elas, para que se sintam amparadas. Elas têm que perceber que não estão sozinhas, o Estado está do lado delas”, completa.

Redução da maior idade penal

A vice-governadora falou ainda sobre a sua opinião em relação à redução da maior idade penal e defendeu que é preciso que o Estado haja com mais políticas públicas. Margarete é defensora de que a idade penal não seja modificada.

“Eu preferia que a discussão ficasse focada nas vítimas. Questões de segurança, a polícia está cuidando. Mas com relação redução da maior idade penal, eu tenho me posicionado contra, não porque não ache que aqueles agressores não mereçam ser exemplarmente punidos. É que eu acho que não resolve a questão da violência. Claro que o Estado deve ter políticas públicas. A questão é mais ampla, o que leva quatro menores, industriados por um maior, a cometer uma violência tão bárbara contra quatro menores. Que tipo de motivação leva a isso?”, finaliza. 

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