Vereadores rejeitam mandato "tampão"

Não encontrou chão fértil na Câmara Municipal de Teresina a proposta do relator da Reforma Política, deputado federal Marcelo Castro (PMDB), de que as eleições de 2016 sejam para mandatos de apenas 2 anos, chamados “tampão”. Para os parlamentares municipais, essa possibilidade encarece as campanhas, aumenta os gastos públicos com as eleições e gera problemas para a população em geral. 

Desde que o deputado Marcelo Castro deu sua primeira entrevista a respeito do que considera viável numa reforma política séria, tem sido uma polêmica atrás da outra. E, ao que parece, se aproxima uma das maiores, exatamente entre deputados e vereadores.

Isso porque Marcelo tem dito que a melhor saída para que haja coincidência de mandatos, seria a próxima eleição municipal eleger prefeitos e vereadores para mandatos reduzidos, de apenas 2 anos, a fim de que haja um encontro de eleições em 2018, quando deputados estaduais, federais, governadores e presidente serão escolhidos também. A partir daí, os mandatos seriam todos de 5 anos.


Edson Melo (PSDB) considera absurda e descabida a proposta de Marcelo Castro, relator da reforma

“É um absurdo pensar em fazer uma eleição de vereador para apenas 2 anos”, tem retrucado o vereador Edson Melo (PSDB), na Câmara Municipal de Teresina. Segundo seu ponto de vista, a melhor opção seria “esticar” os atuais mandatos municipais, economizando o dinheiro público que seria gasto em 2016. E neste pensamento ele é acompanhado por praticamente a totalidade de seus pares.

VAI SER UM AUÊ

A vereadora Graça Amorim (PTB), por exemplo, que vive às avessas com Edson, concorda em gênero, número e grau, em relação as observações do tucano. E diz mais. 


Graça Amorim (PTB) diz que o país vai parar e "sacudir" o Congresso Nacional caso a proposta siga adiante

“E se essa proposta for apresentada, vereadores do Brasil inteiro irão à Brasília, vamos fazer um ‘auê’. A população é quem sofre, porque quem cuida dela são os vereadores e os prefeitos. Não é só no Piauí não, é no Brasil todo. Um mandato tão curto, com duas eleições tão perto uma da outra [em 2016 e 2018] iria gerar uma instabilidade muito grande”, ameaça a petebista, revelando que entidades municipalistas já se preparam para parar o país a fim de rejeitar os mandatos "tampão".

Já o vereador Jeová Alencar lembra os números das eleições municipais para ressaltar o que considera um equívoco de Marcelo Castro ou qualquer outro que pense igual a ele. “São mais de 5 mil municípios no Brasil. Cada um deles com pelo menos 9 vereadores. Em 2012 foram quase 60 mil vereadores eleitos. E mais 5 mil prefeitos. Para se ter uma idéia do que estamos falando, em 2014, elegemos apenas um presidente, 27 governadores 513 deputados federais, e pouco mais de mil estaduais. Seria menos traumático reduzir o mandato dessa quantidade menor. Ou, então, prorrogar o mandato de quem foi eleito em 2012”, argumenta.

Os vereadores de Teresina estão marcando para a próxima semana uma audiência com o deputado federal Marcelo Castro para debater o tema.

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