SINDSERM: “PESSOA COMPROU VOTOS”

A Câmara Municipal de Teresina aprovou um reajuste salarial de 16% para os professores da rede pública de ensino da capital. Mas pensar que os professores ficaram contentes com a situação é um erro. Isso porque esse reajuste é metade da proporção de 33,24% de aumento, que era reivindicada pelos servidores e que o Governo Federal fixou para o piso nacional do professor.

Vereadores vendidos: segundo Sindserm, cada vereador recebeu R$ 100 mil reais em emendas para aprovar reajuste menor que o reivindicado pelos professores (foto: Jailson Soares | PD)

Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), anunciou que a Educação vai permanecer em greve e que o placar de 23 a 5 pelo reajuste em menor porcentagem foi viabilizado pela compra de votos de vereadores em troca de emendas parlamentares.

VEREADORES VENDIDOS

Em 2020, o Sindiserm trabalhou em favor da campanha de Doutor Pessoa (MDB), acusado, agora, de comprar votos na CMT. Sinésio Soares, coordenador do sindicato, disse que o resultado já era esperando, mas se disse surpreendido com os cinco votos contrários ao Palácio da Cidade. “O prefeito mandou o projeto e ordenou que seus lacaios votassem um projeto inconstitucional”, disse ao Política Dinâmica após a aprovação do projeto no plenário da Câmara.

Arrependido? Sinésio e outros integrantes do Sindserm ajudaram a campanha de Doutor Pessoa em 2020 (foto: Jailson Soares | PD)

O argumento da Prefeitura de que um reajuste superior iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LPF) criticado pelos professores, que aprovaram que a greve continuará e um calendário de atos públicos está sendo programado para diversos pontos da Capital.

Na entrada da Câmara, cartazes com a imagem dos vereadores foram expostos após a votação. Os parlamentares que votaram favorável ao projeto foram taxados de “vendidos”, enquanto os vereadores contrários ao reajuste de “cumpriu a lei federal”.

A VOTAÇÃO

O projeto enviado pelo prefeito Doutor Pessoa propôs um reajuste de 16%, enquanto os professores cobravam um aumento de 33,24% aplicado pelo Governo Federal e seguido pelo Governo do Estado.

Na discussão da matéria no plenário da Câmara, o líder do governo, vereador Renato Berger (PSD) alegou que esse é o máximo que a prefeitura pode oferecer aos professores, enquanto o vereador Ismael Silva (PSD) apontou que a gestão poderia reduzir cargos comissionados para dar o reajuste de 33% e ainda assim cumprir a LRF.

Votaram contrário cinco vereadores: Aluísio Sampaio (Progressistas), Ismael Silva (PSD), Paulo Lopes (PSDB), Édson Melo (PSDB) e Evandro Hidd (PDT).

Um vereador não compareceu: Luiz Lobão (MDB).

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