Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O caso da criança encontrada na Colônia Agrícola Major César, em Altos, continua repercutindo no meio político piauiense. Noticiado por veículos da mídia nacional, o caso gerou revolta nos parlamentos municipal e estadual. O deputado estadual Robert Rios entrou com requerimento ontem (4) pedindo o afastamento do secretário de Justiça Daniel Oliveira. Como foi rejeitado por 13 deputados, ele resolveu pedir à secretária de Educação Rejane Dias, que indicou Oliveira, para afastá-lo do cargo.

“Ela indicou o secretário. Ela é mãe, ela é mulher do governador, deputada, ela é poderosa. Quem tem filhos tem que ter o mesmo sentimento de mãe daquela criança. Já que o pai e a mãe dele não servem pra isso, nós temos que ser pai e mãe daquele garoto e estou convidando a dona Rejane a ser mãe daquela criança”, diz.

Alguns vereadores saíram em defesa de Daniel Oliveira, durante a sessão dessa quinta-feira (5) e sugeriram que existe uma tentativa de desestabilizar a gestão do secretário, como uma espécie de vingança dos servidores. Questionado, Robert Rios avalia que essa não é uma justificativa plausível e que Daniel deve ser responsabilizado.

“Quem indica os diretores é o secretário. Se tem uma entropia naquele sistema do presídio, se ele não funciona a contento, a culpa é do gestor que nomeia e forma a equipe. Se a equipe não está boa ele tem que assumir a culpa pela equipe. Se os gestores daquele presídio não estão trabalhando a contento, ele há muito tempo devia ter mudado porque todo o Piauí conhece a esbórnia que é aquilo”, assinala.

Segundo o promotor de Justiça da comarca de Altos, Paulo Rubens Rebouças, a partir das 17h não existe nenhuma fiscalização na ala onde foi encontrado o garoto de 13 anos. A declaração foi dada em entrevista à rádio Cidade Verde.

Daniel foi escolhido para comandar a Secretaria de Justiça no início do terceiro mandato do governador Wellington Dias, em 2015. Ele informou que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas e que uma investigação detalhada busca os responsáveis pela permanência da criança no presídio.