Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

A senadora Regina Sousa (PT) visitou na manhã desta quarta-feira (3) o estudante Mateus Ferreira da Silva, que está internado em um hospital de Goiânia após ser atingido por um policial com um cassetete, levando o estudante a sofrer traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas no rosto. Também estiveram presentes na visita a líder do PT no Senado Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os senadores Fátima Bezerra (PT-RN) e Lindbergh Farias (PT-RJ).

O estado do jovem é grave e a agressão ocorreu durante a manifestação na Greve Geral da última sexta-feira (28), na capital goiana. Mateus foi agredido pelo capitão Augusto Sampaio de Oliveira Neto.

Em transmissão ao vivo do local pelo Facebook, Regina defendeu uma maior investigação para assegurar que o caso não se repita. Ela defende ainda um amplo debate sobre a atuação policial.

“A gente precisa discutir a questão da humanização das polícias. Não sei se a desmilitarização, porque esse é um tema que muita gente tem medo até e não querem discutir, mas pelo menos a questão da formação desse pessoal porque parece que eles são formados para a guerra, para bater, ter raiva. Já chegam na manifestação com raiva, a primeira pessoa que encontra já vai batendo. Isso não pode acontecer. É preciso que todo mundo se una nessa luta”, declarou.

Veja o vídeo:

DISCUSSÃO NO SENADO

Ontem (2) o caso do estudante Mateus foi motivo de uma grande contenda entre os senadores José Medeiros (PSD-MT) e Lindbergh Farias (PT-RJ) o que levou o senador Elmano Férrer (PMDB), que presidia a sessão no momento da discussão, a interromper a plenária por alguns instantes.

José Medeiros relembrou o caso do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, morto em 2014 após ser atingido por um rojão durante manifestação. Ele acusou outros senadores de defenderem a ação dos black blocs, enquanto Lindbergh afirmou que ele deveria discutir o caso do estudante Mateus, acusado de baderneiro por José.

“Esses baderneiros colocam a vida da polícia em risco! Esfaquearam um policial aqui na Esplanada, apedrejaram a cabeça de outro. Quer fazer greve? Greve é um direito. Faça decentemente. Não vá para a rua colocar em risco a segurança”, disse Medeiros. Lindbergh se retirou da sessão.