O líder da oposição na Assembleia Legislativa do Piauí, deputado estadual Gustavo Neiva (PSB), não anda muito confiante na eficácia da reforma administrativa que será encaminhada pelo governador Wellington Dias (PT). Nesta quarta-feira (6), ele afirmou que se a reforma for como está sendo divulgado na imprensa, ela será "pífia e de mentirinha".

Neiva disse a demissão de mais de mil servidores terceirizados anunciada pelo Governo provocará uma tragédia social e sugeriu que a reforma "comece de cima para baixo", com a redução de gastos com a residência do governador e com a locação de aeronaves. O deputado declarou que a demissão de terceirizados que ganham um salário mínimo por mês representa uma tragédia para centenas de famílias e que o impacto social da medida será maior do que o impacto sobre os gastos do Estado.

Ele sugeriu que o Governo corte 50% dos órgãos públicos, incluindo as coordenadorias que foram criadas nos últimos dois anos. Neiva acrescentou ainda que o Governo cometerá um erro se dividir a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) para criar um novo órgão (a Secretaria do Agronegócio) visando atender interesses, segundo ele, políticos.

"Sugiro ainda que sejam revistas as gratificações de condições especiais de trabalho pagas a servidores e que chegam a R$ 10 mil, pois este valor seria suficiente para pagar todo mês 10 servidores terceirizados", afirmou.

Em aparte, a deputada Teresa Britto (PV) disse que está preocupada com a demissão dos terceirizados e concordou com a proposta de Gustavo Neiva de que a reforma administrativa deve ser feita de cima para baixo, começando pelos que ganham mais. Ela sugeriu que o governador realize menos política e mais gestão, promovendo "uma reforma de verdade que alavanque a sua administração".

Antes de concluir seu pronunciamento, o deputado Gustavo Neiva afirmou que a reforma não deve penalizar os mais pobres e garantiu que a bancada de oposição na Assembleia Legislativa votará a favor da reforma administrativa proposta pelo Governo do Estado "desde que ela seja feita de acordo com aquilo que o Piauí está precisando".