RAFAEL FONTELES AMENIZA POSSIBILIDADE DE ATRASO DOS SALÁRIOS: “RISCO REDUZIDO”

O secretário afirma que a questão do endividamento "é superada" (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

O secretário da Fazenda Rafael Fonteles apresentou, na manhã desta segunda-feira (5), o relatório do 1º quadrimestre de 2017 na Assembleia Legislativa – e, diga-se, foi quase “sabatinado” pelos parlamentares. Na ocasião, Fonteles defendeu que o Piauí passa por um bom momento no que diz respeito à dívidas. Sobre as repercussões do cenário nacional em território piauiense, ele é categórico: “a crise não se encerra em Brasília”.

“A questão do endividamento é algo superado, a gente demonstrou aqui que o Piauí está no seu menor nível de endividamento da história, portanto as operações de crédito são justas – o Piauí tem os números fiscais para recebe-las – e é com elas que o Estado pode tocar as obras.

Sobre a folha de pagamento e a preocupação que pode surgir a partir disso – do atraso de salários – Fonteles afirma que o governo busca soluções para a questão.

“A questão maior é a capacidade de pagamento das despesas obrigatórias do Estado. Esse é o objetivo da nossa preocupação para poder tomar as medidas necessárias, tanto de redução de despesas e aumento de receitas, para honrar as despesas obrigatórias, o custeio dos serviços essenciais e a folha de pagamento”, afirmou.

Durante apresentação do relatório do 1º quadrimestre de 2017 (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

O governo fala que, a despeito de toda a crise econômica e política que o país atravessa, a prioridade é manter a folha de pagamento em dia – caso contrário, falando no idioma “politiquês”, o governador Wellington Dias (PT) prejudica uma possível reeleição em 2018. Segundo o secretário de Fazenda Rafael Fonteles o risco de atraso “é reduzido”.

A situação financeira não é positiva. Como os deputados da oposição fizeram questão de frisar – em especial Gustavo Neiva (PSB) – o governo está “inchado” em virtude do alto número de unidades gestoras. Segundo levantamento feito pelo pessebista, há 77 delas, entre secretarias, coordenadorias e demais órgãos. Ele criticou, mais uma vez, a administração aparentemente alheia à realidade nacional. “O governo tem que mostrar que está controlando os gastos. Está na contramão do resto do país”, disse.

Neiva defende enxugamento da máquina pública (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

Sobre as operações de crédito, Rafael afirma que são essenciais para a continuidade das obras. “O Tesouro numa situação de crise não suporta os investimentos, por isso as operações de crédito. Para as obras continuarem é preciso as operações de crédito”, assinalou. Sobre o empréstimo da Caixa o secretário diz que está aguardando os passos finais da tramitação e acredita ainda no mês de junho as operações da Caixa serão finalizadas.

ROBERT RIOS: GOVERNO USOU MAL DINHEIRO DE EMPRÉSTIMO

"Nenhum governo fica bom sem oposição" (Foto: Jailson Soares | PoliticaDinamica.com)

O deputado estadual Robert Rios (PDT) afirmou que o governador Wellington Dias usou mal, em sua gestão, o empréstimo deixado pelo governo Wilson Martins (PSB) na ordem de quase R$ 1 bilhão. Rafael Fonteles rebateu os comentários.

“Eu não concordo, porque os empréstimos tem um contrato assinado onde se prevê em que serão usados os recursos. Pelo que eu saiba, todos os recursos foram devidamente utilizados conforme os contratos. Essa questão de que poderia ter utilizado para outras obras é uma discussão mais política do que propriamente técnica”, disse o secretário.

A REPECURSÃO DA CRISE PÓS-DELAÇÕES NO PIAUÍ

O secretário de Fazenda disse ainda durante a audiência que a expectativa de melhora econômica e um “respiro” para os cofres públicos ainda este ano foi frustrada após a divulgação das delações dos irmãos Batista, proprietários da JBS.

“Em 2015 estava esperando 2016 vir um ano bom. Em 2016 esperando 2017, que já está se configurando, estamos em meados do ano e a crise política a todo vapor, consequentemente as medidas econômicas não vão acontecer. De novo é mais um ano pra gente superar essa travessia com muita criatividade na parte da receita e muito contingenciamento de despesa, aguardando que finalmente em 2018 – ou final desse ano, talvez – tenhamos soluções definitivas para corrigir o déficit estrutural dos estado”, declarou Fonteles.

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