Nos últimos dias, aumentou a movimentação de interessados em ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado do Piauí. Em 2021, uma vaga será aberta com a aposentadoria compulsória do Conselheiro Luciano Nunes, que vai completar 75 anos de idade.
A vaga de Luciano é uma indicação da Assembleia Legislativa. E dificilmente será preenchida por um nome que não seja ou tenha sido deputado, é o que mostra a história. La na Alepi, os deputados Wilson Brandão (PP) e Nerinho (PTB) já estariam sondando o terreno da disputa.
Nessa disputa direta, os deputados avaliam que "Wilsinho", como muitos lhe chamam, tem mais colégios eleitorais para distribuir. Em 2018, Brandão foi o 4º mais bem votado, somando mais de 47 mil votos. Já Nerinho foi apenas o 26º, com pouco mais de 27 mil votos.
Moderado, Wilson também tem a vantagem de ser mais velho, então a vaga que ocupar será desocupada mais rapidamente, dando lugar a outro no futuro mais breve. Além disso, vários colegas de plenário admitem uma dívida com ele: a de nunca tê-lo eleito presidente da ALEPI, afinal nos últimos 16 anos, o atual presidente Themístocles Filho (MDB) conseguiu derrotar todas as investidas contra a sua própria candidatura.
Agora, não se pode negar uma vantagem que Nerinho tem sobre Wilson: é muito mais próximo do governador Wellington Dias (PT).
THEMÍSTOCLES NÃO QUER
Vem dos bastidores a informação de que apesar de ser comentada há anos, a indicação de Themístocles Filho para o TCE-PI não seria de seu interesse. Pelo menos não por enquanto.
Reeleito para mais dois anos à frente da ALEPI, tendo sido o motor da eleição do Dr. Pessoa em Teresina e sendo o político com mais indicações na futura gestão da capital (ele indicou 4 nomes para o primeiro escalão de Pessoa), Themístocles se fortaleceu para ser o candidato a vice numa chapa para governador em 2022. Vice em qualquer dos lados da disputa, diga-se de passagem. Essa possibilidade, aliás, é o que lhe garante escapar de uma facada e humilhação iguais as que Wellington Dias lhe impôs em 2018, quando sacou o emedebista para colocar Regina Sousa em seu lugar.
REJANE NÃO PODE
Também é possível, aqui e ali, se escutar algum absurdo sobre a possibilidade da deputada federal Rejane Dias (PT) disputar a indicação da ALEPI para o TCE. Em primeiro lugar, seria um calvário maior do que a própria Lilian Martins, atual presidente do TCE, enfrentou ao ser indicada para o cargo quando seu marido era o governador: o questionamento sobre nepotismo.
Segundo, pelo constrangimento de empurrar no Tribunal de Contas uma ex-secretária de Educação suspeita de ter participado do maior assalto aos cofres públicos do Piauí, o roubo de dinheiro do transporte escolar investigado pela Polícia Federal na Operação Topique.
Ter indicado a esposa para o cargo no TCE em 2012 foi um dos grandes desgastes que mais tarde contribuíram para a derrota de Wilson Martins nas eleições de 2014. E ela nem era investigada por nada.
OLAVO NÃO VAI SE APOSENTAR AGORA
Outra vaga que até gerou alguma expectativa é a do conselheiro Olavo Rebelo. Apesar de ainda faltar quase 9 anos para sua aposentadoria compulsória, ele já reúne condições de se aposentar com todas as vantagens do TCE-PI. Ainda assim, segundo informou ao Política Dinâmica, sente-se em plena condição de continuar produzindo na Corte.
Aposentadoria, por hora, não é nem cogitada por ele.
Em caso dessa vaga ser aberta até o final de 2022, aliás, seria uma indicação direta do governador Wellington Dias, exatamente o que aconteceu em 2007.
Então resta apenas desejar saúde a Olavo e que ele só pense em se aposentar depois que o Karnak tiver novo inquilino, afinal, ninguém pode contar um dois acertos seguidos de Wellington Dias.
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