Declarações recentes da vice-governadora do Piauí, Regina Sousa (PT), reconhecendo não ser candidata a reeleição caso assuma o Governo do Estado em 2022 não foram despropositadas. Fizeram parte de um roteiro assinado pelo governador Wellington Dias (PT) para dar a ao secretário de Fazenda Rafael Fonteles a estabilidade partidária necessária para se manter em campanha até o ano que vem.
Rafael não é um "petista raiz". A experiência de Wellington Dias o faz saber que a base militante do PT não aceitaria que um candidato "nutella" tirado do bolso tomasse o lugar de direito de Regina na sucessão se fosse vontade dela disputar. E antes que a elegibilidade do ex-presidente Lula (PT) acenda qualquer fagulha de vontade na vice-governadora, Wellington impôs que ela abra logo mão da disputa.
A petista passou a admitir publicamente que não tem o perfil para a campanha.
Essa postura antecipada de Regina é um desserviço para a história de mulheres que se doaram em lutas políticas para serem ouvidas e reconhecidas. Ela chegou ao Senado e ao Governo na sombra de Wellington, como suplente e vice. Seria a primeira vez de uma mulher disputando com chances reais o cargo de governadora, sendo votada nominalmente.
Por outro lado, a desistência precoce facilita a pré-campanha de Rafael, que tendo a chave do cofre e sendo o candidato escolhido, já despacha hoje como se fosse governador.
Por mais irônico que possa ser, é isso: o candidato dos trabalhadores será um empresário que construiu sua vantagem política em cima da estrutura financeira do Governo do Estado.
Wellington e Regina vão pegar na mão de Rafael e dizer nos quatro cantos do estado que ele é a esperança da nova geração de quebradeiras de coco do Piauí.
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