Por Ananda Oliveira e Marcos Melo

Com base no Relatório Resumido de Execução Orçamentária de cada Estado referente ao exercício de 2016, o jornal Folha de S. Paulo realizou um levantamento publicado ontem (30), que aponta um dado que já vinha sendo colocado pelo governo do Estado: os gastos com a previdência tem dificultado investimentos em outras áreas.

Segundo a publicação, a fatia das despesas com o regime próprio dos servidores (RPPS) já é a maior em 16 estados, o que corresponde a 60% do total. Entre eles, o Piauí. A diferença entre os gastos com educação e previdência chegam a pouco mais de 30% no Piauí.

Os gastos com a previdência em 2017 já superam os valores de 2016, em comparação com o mesmo período. Até agora foram gastos R$ 870 milhões em 2017, enquanto que 2016 o valor girava em torno de R$ 670 milhões.

Em entrevista realizada há alguns meses, o secretário da Fazenda Rafael Fonteles afirmou que existe hoje uma “escalada exponencial” do déficit da previdência no Piauí e em todo o país. Ele disse ainda que as quantias para investimentos do Tesouro Estadual tende a diminuir porque a maior parte vai para a Previdência. É o que, na prática, o relatório aponta.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Se aprovada, a reforma da previdência promete resolver esse tipo de questão. No entanto, especialistas de várias áreas refutam essa tese e afirmam que com a reforma direitos trabalhistas serão retirados, além de afirmarem que o governo tem superestimado estatísticas para fortalecer a defesa.

A reforma traz incertezas e ajustes que deverão ser estudados pelos estados, caso aprovada. Para Fonteles, ela prejudica especialmente a região Nordeste. Ele defende que a reforma deve focar nos regimes próprios, que são responsáveis pelos maiores déficits.